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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Justiça decreta prisão de major Edson e mais três envolvidos no sumiço e morte de Amarildo

O major Edson Santos, ex-comandante da UPP da Rocinha - Carlos Ivan / Agência O Globo




RIO - O juízo da Auditoria Militar decretou, nesta terça-feira, a prisão preventiva do major Edson Santos e do tenente Luiz Felipe de Medeiros, ex-comandante e ex-subcomandante da UPP da Rocinha, respectivamente, e dos soldados Newland de Oliveira e Silva Júnior e Bruno Medeiros Athanasio. 

Embora eles já estejam presos, acusados do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em 14 de julho do ano passado, a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros decidiu pela prisão dos quatro ao aceitar a denúncia do Ministério Público por corrupção ativa de testemunhas, na tentativa de atrapalhar as investigações da Divisão de Homicídios (DH). Caso os policiais sejam beneficiados por algum habeas corpus por conta da decisão do juízo da 35ª Vara Criminal da capital, sobre o desaparecimento de Amarildo, a determinação da juíza mantém o grupo na prisão.

De acordo com a denúncia, os PMs pagaram R$ 850 e R$ 500 para que duas testemunhas acusassem o traficante Thiago da Silva Neris, o Catatau, pela morte do pedreiro. Um novo laudo pericial, produzido pelo Centro de Criminalística da PM, concluiu que a voz que se fez passar pelo traficante Catatau, assumindo a autoria da morte de Amarildo, é do soldado Marlon Campos Reis, réu no processo do caso. O laudo, segundo o MP, reforça as provas já apresentadas. O resultado coincide com parecer técnico realizado anteriormente pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MP. Na ligação, Marlon faz supostas ameaças e diz que já “botou o Boi (apelido de Amarildo) na sua conta".

O PM tinha conhecimento de que sua linha estava sendo monitorada por ordem judicial quando ligou para o celular de outro policial que sabia estar grampeado na Operação Paz Armada. A versão de que a voz seria do traficante foi logo descartada por laudo da Polícia Civil.

TESTEMUNHA DESAPARECIDA

Além disso, a promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), explicou que uma testemunha identificada como Lúcia Helena está desaparecida desde agosto deste ano, quando sua filha foi à DH registrar o ocorrido. Segundo Carmen Eliza, Lúcia Helena voltou a depor para dizer que havia mentido em seu depoimento à Justiça, a pedido do major Edson.

Em sua decisão, a juíza Ana Paula Monte explicou o motivo para decretar a prisão dos PMs: “tais afirmações das testemunhas indicam a periculosidade dos policiais militares ora denunciados, além de denotar evidente risco à ordem pública, gerando insegurança à comunidade em que atuam, especialmente em razão da natureza e do modus operandi dos fatos narrados na denúncia”. A magistrada marcou o depoimento dos quatro para o dia 8 de janeiro.



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