SAMUEL COSTA
O governador eleito em Minas, Fernando Pimentel (PT), vai assumir o cargo em 1º de janeiro com uma reforma administrativa em vista. Ele pretende criar duas secretarias de Estado: Administração e Direitos Humanos. E desmembrar a Secretaria de Turismo e Esportes. A intenção passa pelo compromisso firmado durante a campanha de acomodar aliados do PMDB, do PCdoB e de seu próprio partido no alto escalão do governo.
Das 20 pastas, faltam ser definidos os titulares de apenas cinco - Saúde; Ciência e Tecnologia; Cultura; Desenvolvimento Econômico; e Meio Ambiente. Até o momento, predomina o perfil político, à exceção de José Afonso Bicalho (Fazenda) e Macaé Evaristo (Educação), ambos de carreira técnica.
Apesar da previsão de anúncio do secretariado somente no próximo dia 15, fontes ligadas a Pimentel dão como certos o deputado estadual Sávio Souza Cruz (PMDB) para a Pasta de Administração e do deputado federal Nilmário Miranda (PT) para a de Direitos Humanos.
Nos bastidores, fala-se que o PMDB vai ganhar o controle das pastas de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor); e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Cultura
Pimentel também teria manifestado a intenção de indicar o ex-prefeito de Ouro Preto Ângelo Oswaldo (PT) para a Secretaria da Cultura. Mas resolveu esperar o PMDB manifestar ou não o interesse pela vaga. Oswaldo preside hoje o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). O nome não foi confirmado por parlamentares que participam das negociações.
Para a Sedinor, o candidato mais forte é o deputado estadual Tadeu Leite (PMDB), conhecido como Tadeuzinho. Ele é filho do ex-prefeito de Montes Claros Luiz Tadeu Leite. Esse cargo chegou a ser pensado para o deputado estadual mais votado nas últimas eleições, Paulo Guedes (PT). Tadeuzinho também pode assumir a Secretaria de Turismo.
Meio Ambiente
Ainda não h á nome definido para o Meio Ambiente. Petistas afirmam nos bastidores que a Secretaria de Agricultura poderá ficar a cargo do ex-presidente da Ceasa João Alberto Lages (PMDB), ligado ao vice-governador eleito, Antônio Andrade.
Ao PCdoB, Pimentel entregaria o comando da Pasta de Esportes. O partido negocia para definir entre os nomes de Zito Vieira e o de Wadson Ribeiro, considerado o favorito. Wadson preside a sigla em Minas e tem experiência na área por ter sido secretário executivo do Ministério do Esporte.
Para o PR, já foi anunciado o nome do deputado federal Bernardo Santana para a Secretaria de Defesa Social (Deds), como publicado na edição da última terça-feira (2) pelo Hoje em Dia. Líder da legenda da Câmara Federal, o anúncio do nome dele foi feito pelo próprio Fernando Pimentel em confraternização com policiais civis.
Denúncias contra deputados do PT reeleitos impõem novos planos
O deputado estadual Paulo Guedes (PT), que chegou a ser cotado para comandar a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor), foi citado em inquérito da Operação Curinga. Deflagrada pela Polícia Federal em Monte Azul, no Norte de Minas, tinha o objetivo de coibir fraude nos cofres da Previdência Social no Norte de Minas.
O deputado federal Reginaldo Lopes (PT) também foi citado no relatório da PF. Ele chegou a ser cotado para a Secretaria de Educação.
O envolvimento deles com a fraude no INSS foi descartada. Mas eles se favoreceram eleitoralmente tendo em vista que no curso da investigação foi descoberto um esquema de compra de votos em Monte Azul. Em troca de votos, negociou-se de dentaduras até benefícios do Bolsa Família.
A série de matérias foi publicada com exclusividade pelo Hoje em Dia no mês passado.
O nome de Paulo Guedes era dado como certo, mas Fernando Pimentel teria desistido de nomeá-lo. Nas eleições de outubro, Guedes foi o deputado mais votado em Minas. Na ocasião, o parlamentar classificou a operação como “factoide eleitoral”, mas comprometeu-se a averiguar o assunto. “Se houve alguma irregularidade, não tenho nada a ver com isso. Obtive 165 mil votos em todo o Estado. É impossível policiar todos os aliados”, declarou.
Odair Cunha e Miguel Corrêa estão garantidos
Os deputados federais Odair Cunha (PT) e Miguel Corrêa (PT) aguardam a negociação entre Fernando Pimentel e a presidente Dilma Rousseff para saber se poderão assumir cargos no alto escalão do governo petista em Minas, em 2015. Cotados para as Pastas de Governo e de Desenvolvimento Regional, respectivamente, eles foram convocados a reforçar a defesa do Planalto na CPI da Petrobras.
Mas nos bastidores do partido, esses dois quadros são garantidos para integrar a equipe de Pimentel. “A presidente quer os deputados federais em Brasília, para dirigir as ações do governo na CPI. Tem que esperar os próximos capítulos”, afirmou uma fonte.
Aliados históricos
Aliados históricos do governador eleito desde a época em que ele foi prefeito de Belo Horizonte (2002 a 2009) também têm lugar garantido no secretariado. O petista Murilo Valadares, ex-secretário de Obras e também de Políticas Urbanas, é confirmado para a Secretaria de Transportes e Obras Públicas (Setop). Macaé Evaristo, ex-secretária municipal de Educação, vai assumir a Pasta na mesma área.
O ex-procurador do município, Marco Antônio Teixeira, braço direito de Pimentel na Comissão de Transição de governo, vai assumir a Casa Civil. O ex-presidente do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e ex-secretário de Finanças da capital, José Afonso Bicalho, receberá a missão de equilibrar as contas do Estado, no comando da Secretaria da Fazenda.
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