Em entrevista exclusiva ao jornal "O Estado de S. Paulo", o policial militar João Dias Ferreira contradisse a versão do ministro do Esporte, Orlando Silva (PC do B), sobre o encontro entre os dois e deu mais detalhes do esquema de corrupção na pasta. Ferreira afirmou que o ministro propôs pessoalmente, numa reunião em março de 2008 na sede do ministério, um acordo para que os desvios de verba envolvendo o Programa Segundo Tempo não fossem denunciados.
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“O encontro foi na sala de reunião dele, no sétimo andar do ministério”, detalhou o policial.
Nas declarações sobre o caso, concedidas na segunda (17) à tarde, o ministro afirmou ter se encontrado com Ferreira apenas uma vez, entre 2004 e 2005, para discutir convênios das entidades dirigidas pelo policial com o Ministério do Esporte. Na época, Orlando era secretário executivo e Agnelo Queiroz - hoje governador do Distrito Federal pelo PT -, o ministro da pasta. “Foi a única vez que encontrei essa pessoa”, disse o ministro.
O policial militar, porém, garante que esse encontro quase protocolar mencionado por Orlando jamais ocorreu. Segundo Dias, o “verdadeiro” encontro ocorreu em outro momento. “Não existe essa reunião. O ministro faltou com a verdade. Ele esteve comigo uma vez para fazer um acordo com o pessoal dele para eu não denunciar o esquema”, afirmou ao Estado.
Ferreira deu detalhes do encontro que diz ter tido com o ministro do Esporte em março de 2008 para negociar o sumiço de R$ 3 milhões dos convênios do governo com sua entidade. “O acordo era para que eles tomassem providências internas, limpassem meu nome e eu não denunciaria ao Ministério Público o esquema”, afirmou.
CúpulaNa entrevista, o policial contou que, além do ministro, membros da cúpula do ministério estavam presentes nesta reunião. “O Orlando disse para eu ficar tranquilo, que tudo seria resolvido, que não faria escândalo. Eu disse que se isso não fosse feito eu tomaria todas as providências e denunciaria o esquema”, afirmou Ferreira. “E eu disse na reunião que descobri todas as manobras, a ligação dos fornecedores do Programa Segundo Tempo com o PC do B.”
Segundo ele, as entidades tinham que dar 20% dos recursos para o PC do B.
O policial disse que, no encontro com Orlando Silva em março de 2008, negociou com ele a produção de um documento falso para selar o acordo com o governo. “Nessa reunião com o Orlando, eles falaram em produzir um documento sem data. Ele foi pré-produzido e consagrado. A reunião foi em março, mas eles colocaram um documento com data de dezembro de 2007 dizendo que eu encerrava o convênio. É um documento fraudado”, disse João Dias.
Ferreira diz que voltou ao ministério duas semanas depois para um nova reunião com três dirigentes da pasta, Wadson Ribeiro, Fábio Hansen e Júlio Filgueiras. Neste encontro, após o horário do expediente, eles voltaram a discutir um acordo, que, segundo o policial, nunca foi cumprido. João Dias Ferreira afirma que essa reunião foi gravada por ele.
Segundo o policial, o ministro recebeu dinheiro do esquema. Na entrevista ao "Estado", ele reafirmou que Fredo Ebling, dirigente do PC do B, representava o ministro nas negociações. “O próprio Fredo relatou para mim que entregou dinheiro, por diversas vezes, para o Orlando.”
Ferreira diz que voltou ao ministério duas semanas depois para um nova reunião com três dirigentes da pasta, Wadson Ribeiro, Fábio Hansen e Júlio Filgueiras. Neste encontro, após o horário do expediente, eles voltaram a discutir um acordo, que, segundo o policial, nunca foi cumprido. João Dias Ferreira afirma que essa reunião foi gravada por ele.
Segundo o policial, o ministro recebeu dinheiro do esquema. Na entrevista ao "Estado", ele reafirmou que Fredo Ebling, dirigente do PC do B, representava o ministro nas negociações. “O próprio Fredo relatou para mim que entregou dinheiro, por diversas vezes, para o Orlando.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo
Por AE | Agência Estado
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