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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ativista preso diz ter ter recebido soco e chutes de policial


GIBA BERGAMIM JR.
ROGÉRIO PAGNAN
DE SÃO PAULO

O funcionário da USP Fábio Hideki Harano, 27, preso acusado de comandar protestos durante a Copa do Mundo, disse que foi agredido e ameaçado por policiais dentro do Deic (Departamento de Investigações Criminais) quando foi preso.
O relato, feito em depoimento ao Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) na Penitenciária de Tremembé, foi anexado ao processo da 10ª Vara Criminal de São Paulo no qual Hideki e o ativista Rafael Lusvarghi são réus por associação criminosa, posse de explosivos, incitação ao crime, e outros delitos.
Ele nega ser black bloc –manifestante que defende a depredação do patrimônio público e privado– e diz que não portava explosivos, como diz a polícia.
Avener Prado - 24.jun.2014/Folhapress
O estudante Fabio Hideki Harano é preso após participar do ato anti-Copa em SP
O estudante Fabio Hideki Harano é preso após participar do ato anti-Copa em SP
Segundo Hideki, as agressões ocorreram no dia 23 de junho, após ambos serem presos numa manifestação.
De acordo com o ativista, ele iniciou uma conversa com Lusvarghi –colocado na mesma sala que ele– e foi repreendido por isso.
"Um dos policiais viu e me desferiu um soco no queixo e machucou minha língua. Logo depois, se aproximou e continuou a me agredir. Tomei uma joelhada e, quando me curvei, tomei outro chute na lateral da barriga", diz o depoimento.
O manifestante afirmou que foi xingado e humilhado no departamento antes e depois das agressões.
De acordo com a declaração, os policiais o xingavam de "japonês de merda e terrorista de merda". "Aqui é o Deic. Você está fodido", teriam dito, segundo Hideki.
O advogado do manifestante, Luiz Eduardo Greenhalgh, disse à Folha que Hideki tem condições de reconhecer quem o agrediu. "Isso será feito no momento oportuno", disse.
Greenhalgh afirmou que, no dia da prisão, Hideki conversou com o diretor do Deic, Wagner Giúdice, e negou atuar como black bloc.
"Ficou claro nessa conversa que o Fábio (Hideki) não oferece nenhum risco à ordem pública e não pode ficar preso provisoriamente", disse Greenhalgh.
O ativista foi submetido a exame de corpo de delito. A Folha não teve acesso ao resultado do exame.
Em nota, a Polícia Civil nega ter havido prática de abusos e agressões no Deic.
"Os fatos estão sub judice e foram objeto de denúncia oferecida pelo Ministério Público ao Poder Judiciário, que manteve a prisão preventiva de Fábio Hideki Harano e converteu a denúncia dos promotores em processo judicial, na qual ele figura como réu", diz o texto.
De acordo com a polícia, não há registro da denúncia nem na Corregedoria da Polícia Civil nem no Deic.
TERROR
Se Hideki acusa os policias de violência, os investigadores do Deic disseram em depoimento terem passado por "momentos de terror" no momento da prisão dos dois manifestantes.
Segundo relato de dois investigadores, no momento da prisão de Lusvarghi, os policiais foram cercados por manifestantes. Para evitar serem atacados, atiraram para cima.
Porém, afirmam ter usado balas de festim. Eles dizem ainda que só conseguiram tirar Hideki do local onde foi preso –estação Consolação do Metrô– para levá-lo à delegacia com a ajuda da PM. "A situação ficou delicada e perigosa, qualquer atitude precipitaria uma ação violenta com consequências graves", disse um dos policiais em depoimento no Deic.

Transcrito da Folha de São Paulo ; nos termos do artigo 46 da Lei nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998

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