Em depoimento na 5ª DP (Mem de Sá), uma moradora do Morro do Fogueteiro, no Rio Comprido, desmentiu a versão dos policiais da UPP sobre a morte do mototaxista Vitor Luís Rodrigues, de 38 anos. Segundo a mulher, testemunha ocular do crime, Vitor não estava armado e morreu quando foi acertado por um tiro na cabeça, pelas costas, de um PM. Antes de morrer, o mototaxista, que segurava pela mão duas crianças, uma de 4 e outra de 5 anos, teria gritado: “Não me mata, não. Olha as crianças!”. No sábado, os policiais contaram na delegacia que Vitor foi baleado numa troca de tiros após disparar contra os PMs.
Segundo o relato da testemunha, Vitor levava as crianças — que tinham medo das galinhas que circulam pelo local chamado de beco Zaire — quando foi baleado na perna pelos PMs. Ao ouvir os tiros, a mulher saiu de casa e viu o mototaxista baleado pedir ajuda. Ela pegou as crianças, levou-as para dentro de casa e viu o rapaz começar a correr quando foi atingido na cabeça por um dos seis policiais, que estava em cima de uma escada. Após o disparo, ela afirma que os policiais comemoraram o resultado da ação.
— O policial estava tão perto do Vitor que o sangue dele espirrou na cara do PM. Depois do tiro, deu para ver eles baterem as mãos e comemorarem: ‘É assim que se faz!’ — afirmou a mulher ao EXTRA.
O Tribunal de Justiça converteu, ontem, a prisão em flagrante dos soldados Raoni Santos Lima, Cesar Rodrigo Pavão Duarte, Antonio Carlos Roberto, Roberto do Nascimento Barreto, Vinicius Castro Nascimento e Adriano Costa Bastos em prisão preventiva. Segundo o promotor Marcos Kac, responsável pelo caso, o depoimento da testemunha foi fundamental para desmontar a versão dos PMs.
— Esse relato mostra que o que aconteceu foi uma execução — afirmou Kac.
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