A necessidade de nossa preparação íntima ante a oração nos revela a urgência de escutarmos nossos sentimentos.
Quantas vezes em nossa caminhada nos sentimos desamparados, sozinhos e, em desespero, nos pomos a orar, a fazer pedidos a Deus em forma de exigência, muitas vezes sem que tenhamos consciência disto. E, quando nossa vontade não é atendida, reclamamos como crianças mimadas: “Deus não olha por mim, só posso contar comigo mesmo; na vida é cada um por si”.
Na verdade, isto acontece porque não nos preparamos para a oração, e estar preparado para orar é tão importante quanto orar. Lembremo-nos do que diz Jesus: “Quando vos apresentardes para orar, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, a fim de que vosso Pai, que está nos Céus, perdoe também os vossos pecados. Se vós não perdoais, vosso Pai que está nos Céus não vos perdoará também os vossos pecados”. (Jesus - Marcos, XI: 25, 26.)
E do que escreve André Luiz: “Daí resulta o impositivo da vigilância sobre a nossa própria orientação, de vez que somente a conduta reta sustenta o reto pensamento e, de posse do reto pensamento, a oração, qualquer que seja o nosso grau de cultura intelectual, é o mais elevado toque de indução para que nos coloquemos, para logo, em regime de comunhão com as Esferas Superiores. A mente centralizada na oração pode ser comparada a uma flor estelar, aberta ante o Infinito, absorvendo-lhe o orvalho nutriente de vida e luz”. (André Luiz - Mecanismos da Mediunidade.)
Jesus nos alerta para a necessidade de nossa preparação íntima ante a oração, nos revela a urgência de escutarmos nossos sentimentos, refletirmos sobre nossas atitudes, ponderarmos sobre nossas ações, vigiarmos nossos pensamentos a fim de identificar se temos alguma coisa contra alguém e, então, colocarmos nossa atitude na construção do entendimento.
André Luiz volta a reafirmar nossa responsabilidade na vigilância de nossa vontade, afirma que somos senhores da nossa conduta e que uma conduta reta sustenta o reto pensamento, e este reto pensamento aclamado na oração em nosso favor ou em favor do nosso próximo nos coloca em comunhão com os Emissários Maiores das Esferas Superiores, transformando nossas mentes e potencializando nossa capacidade criadora.
Em Marcos, XI: 24, Jesus, com seu coração amoroso de Mestre que espera por seu pupilo, volta a falar sobre a importância da oração. Ele diz que, quando aprendermos a orar, todas as coisas que pedirmos podemos ter a certeza de que haveremos de ter. Que assim se sucederão.
Nós não temos o direito de nos esquivarmos, de fingirmos não compreender a mensagem clara de Jesus. Temos que parar de orar com palavras repetidas, desatentamente, com discursos pomposos, com ritos repetidos, querendo transformar nossas ações em orações.
A oração precisa ser uma conversa sincera do ser humano consigo mesmo na presença de Deus e, nesta conversa, nosso cotidiano falará por nós mesmos, portanto não precisamos reservar um tempo específico para orar, e nem precisamos arrumar desculpas e dizer que não temos tempo para a oração, pois, a cada gesto, a cada palavra, a cada decisão tomada, estamos nos apresentando diante de Deus, nos candidatando para que nossas súplicas sejam atendidas, conforme nosso merecimento, e, podemos contar sempre com a benevolência de Sua Misericórdia.
A oração é dinâmica, acontece a cada instante, é reveladora, não é dissimulada, é possível tanto ao intelectual quanto ao analfabeto, ao rico e ao pobre, ao poderoso e ao submisso, ao são e ao doente, à criança e ao adulto, àquele que crê e àquele que não sabe que crê. A oração não é privilégio de profetas, de missionários, não necessita de intermediários, de roteiros, nasce da forma que construímos nossos dias. O principal objetivo da oração deve ser o de evidenciar a nossa humildade diante da grandeza de Deus. E assim sentiremos na vida o poder e a graça de sabermos orar.
Maria Angela Miranda
PAZ, MUITA PAZ!
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