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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Cabo da PM envolvido em homicídio no Sumaré é investigado por outras três mortes. Atenção para o caso: negro, pobre e morador da periferia!



Maria da Conceição com a foto do filho, Alessandro
Maria da Conceição com a foto do filho, Alessandro Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo

Paolla Serra e Rafael Soares


O cabo Vinícius Lima Vieira — acusado de levar três jovens para o alto o morro do Sumaré e, com o cabo Fábio Magalhães Ferreira, ter matado um deles e baleado outro — é investigado por outras três mortes. Um inquérito da 25ª DP (Engenho Novo) apura a participação de Vinícius e outros três PMs num caso registrado como auto de resistência, no dia 13 de maio de 2008, na Favela do Rato, na Zona Norte.

Na ocasião, Vinícius e outros três PMs afirmaram que, enquanto faziam patrulhamento, de viatura, por volta de 0h30m, se depararam com três indivíduos armados na esquina das ruas Álvares de Azevedo e Lino Teixeira.
Depois de revidarem aos disparos, eles contaram ter visto os três corpos. Bruno de Aquino Marques, Ana Lucia de Jesus Montenegro Silva e Alessandro de Oliveira chegaram a ser levados para o Hospital municipal Salgado Filho, no Méier, onde já chegaram mortos.

Seis anos depois, a investigação não foi concluída, e a delegacia não conseguiu ouvir testemunhas do crime ou parentes das vítimas. Na semana passada, o Ministério Público enviou o inquérito à Polícia Civil para que sejam realizadas “novas diligências, a fim de que sejam encontrados familiares”.

Apreensões
Os PMs, lotados no Batalhão de Choque na época, apresentaram quatro armas, maconha, crack e cocaína, que teriam sido apreendidos com as vítimas.

Família
Mãe de Alessandro, a dona de casa Maria da Conceição de Oliveira reclama de nunca ter sido chamada na delegacia: “Os policiais são covardes, não tinham que ter matado meu filho. Mas, depois que fizeram, tinham que ter sido investigados e punidos."

Casal
Alessandro era companheiro de Ana Lúcia há pelo menos dez anos. Eles se conheceram quando viviam na rua e catavam latas. Foram viver em um barraco embaixo do viaduto do Túnel Noel Rosa e tiveram quatro filhos.

Morte
Segundo uma amiga da família de Ana, a moça teria ido encontrar o marido quando eles foram mortos: “A filha dela disse para ela não sair que era perigoso. Estava adivinhando”, lembra a dona de casa.

Laudo
Os três morreram por conta dos disparos: Ana Lúcia no abdômen, Alessandro no glúteo e no abdômen e Bruno na coxa e no abdômen. Segundo o laudo cadavérico, a entrada e a saído dos tiros indicam que eles estavam em local mais alto que os PMs.

Antecedentes
Ana Lúcia não tinha passagens pela polícia. Alessandro tem três registros por porte de drogas e dois por receptação. Bruno ficou preso, entre 2005 e 2007, por tráfico.

Resposta
Sobre a viatura que levou os PMs ao Sumaré — flagrada pelo EXTRA descaracterizada no pátio da Divisão de Homicídios — a PM afirmou que a ida do carro para manutenção "foi rotineira, dentro do processo atual de substituição (prevista em contrato) dos veículos".


Promotora
A promotora Carmen Eliza Bastos pediu nova perícia na viatura. "O carro foi devolvido com as peças fora do lugar. Por isso, vamos ter duas perícias diferentes, o que vai prejudicar a investigação. Será que não atentaram para o fato de que o carro era uma prova?", questionou.




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