Eleições
-
Os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto para o governo de Minas Gerais, os ex-ministros Fernando Pimentel (PT) e Pimenta da Veiga (PSDB), fizeram hoje (6) os primeiros atos oficiais de campanha. Apesar de os dois há meses já percorrerem o Estado, hoje eles foram às ruas em diferentes regiões de Belo Horizonte para cumprimentar eleitores e aproveitaram para trocar ataques. Em Minas, a Justiça Eleitoral recebeu oito pedidos de registros de candidaturas para a disputa pelo Executivo estadual, mas os demais candidatos ainda não deram início ao corpo a corpo com o eleitorado.
Ao lado de correligionários e apoiadores em uma das maiores favelas da capital, Pimentel criticou o fato de o candidato tucano não relacionar nenhum bem em Minas na declaração patrimonial entregue à Justiça Eleitoral, considerada pelo petista um "retrato da trajetória" do adversário. Pimenta da Veiga vivia há mais de dez anos em Brasília (DF), onde atuava em seu escritório de advocacia até voltar ao Estado para ser lançado candidato pelo senador e presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG), e relacionou apenas imóveis em Goiás e participações em empresas em outros Estados entre seus bens.
"A trajetória dele é fora do Estado, é em Goiás. Respeito as atividades empresariais dele, mas é uma escolha que ele fez. Foi embora de Minas Gerais", disse Pimentel. "Chegou de volta há pouco tempo e pretende (ter) os votos dos mineiros para governador. Tem todo o direito, é democrático. Mas a declaração de bens registra essa trajetória fora do Estado de Minas Gerais. Vamos esperar que os mineiros façam as escolhas deles", afirmou o petista durante caminhada em área do Aglomerado do Cafezal, que revitalizou quando foi prefeito da capital.
O tucano afirmou achar "bom" discutir "mineiridade" com Pimentel, a quem classificou como "perdedor", e disse que o petista tem "visão elitista" ao desconsiderar sua residência em Belo Horizonte. "Tive um apartamento na rua Nascimento Gurgel, depois na Gonçalves Dias, mas tive de vender o apartamento da Gonçalves Dias e, agora, moro num apartamento alugado. Ele (Pimentel) não conhece 5% do que eu conheço de Minas Gerais. É uma pessoa restrita a Belo Horizonte. Já percorri esse Estado por diversas vezes nas nossas campanhas vitoriosas. Ele é um perdedor", disse o tucano, que já foi também deputado federal.
Pimenta percorreu a Feira de Artesanato, no Centro da capital. O ex-ministro visitou o local desacompanhado de aliados ou assessores e caminhou sem dificuldade e sem ser abordado pelos feirantes. "Esse é meu natural, eu não tenho problema em andar com duas, três ou duas mil pessoas", disse. Mas avaliou que o desconhecimento será superado até o pleito. "O índice de conhecimento vai se estender ao longo da campanha. Nosso adversário é conhecido em Belo Horizonte e não é conhecido no interior, onde sou bem conhecido. Daqui a pouco vão começar os debates, o horário de rádio e televisão e aí as ideias vão prosperar", ressaltou.
Cabos eleitorais
O petista e o tucano também afirmaram contar com as presenças de seus principais cabos eleitorais na campanha, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula, no caso de Pimentel, e Aécio, no caso de Pimenta. Pimentel contou que já tem "um combinado" com Lula para o ex-presidente visitar Minas "pelo menos uma vez por mês" até outubro e que contará com "a presidente Dilma também, claro", mas "dependendo da agenda dela". "Eles vão estar o tempo todo aqui. Ela é presidente da República, é mais complicado. O Lula vai estar mais presente conosco", disse.
Já Pimenta contou que está "construindo" uma "agenda comum" com o presidenciável tucano, mas ela ainda não foi definida. "Ele (Aécio) virá a Minas todas as vezes que puder vir, porque é uma campanha nacional e ele tem que cuidar de outras áreas. Mas estou certo que ele vai dar a Minas a atenção que sempre deu, com a maior presença possível. É o que nós desejamos, mas enquanto ele não puder estar aqui, nós estaremos."
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada