Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Crise policial ronda o futuro governo



Orion Teixeira

orionteixeira@hojeemdia.com.br


 - 05/12/2014



Antes mesmo de empossado, o futuro governo de Fernando Pimentel (PT) já gerencia uma crise na área de segurança  pública aberta pelo anúncio antecipado do futuro secretário de Defesa Social, Bernardo Santana (PR). Quando o fez, Pimentel estava reunido, durante almoço em churrascaria, com a nova geração de delegados da Polícia Civil, que, declarada e abertamente, o apoiou durante a campanha eleitoral. Como já foi dito aqui, o anúncio inquietou os policiais militares, dos praças aos coronéis, preocupados com o “desprestígio”, ou seja, por não terem sido avisados ou convidados para o tal comunicado.


Ontem, a Associação de Oficiais da Polícia Militar e Bombeiros Militares divulgou nota de advertência assinada por seu presidente, o tenente-coronel Márcio Ronaldo de Assis. De acordo com ele, os militares vivem dias de inquietação com os sinais da transição de governo. “O que precisa ser alvo de atenção por parte de todos os integrantes do Alto Comando da PMMG: a promoção de novos coronéis e a indicação do novo secretário de Defesa Social. O alto comando, portanto, é uma espécie de instituição sagrada dentre o oficialato mineiro. Nele, não se pode permitir a entrada de novos integrantes que não preencham os requisitos citados para promoção ao posto máximo da carreira dos oficiais”, advertiu o militar.


Na mesma nota, confirmou o estranhamento da tropa com a indicação do futuro secretário e deixou um aviso ao futuro governo. “Fica o conselho de refletirem acerca do imprescindível papel histórico das instituições militares junto aos governos mineiros. Estes últimos sempre trataram com respeito e deferência os integrantes das instituições militares. Aliás, o respeito é uma via de mão dupla!”, concluiu em tom enigmático.


“Mau começo”


Não foram só os militares; outra organização ligada aos policiais civis também se manifestou negativamente. O Sindicato de Policiais Civis, o Sindpol, considerou a indicação de Pimentel “um mau começo”. “A indicação do deputado federal Bernardo Santana (PR) tem causado reações inusitadas: desconforto, descrédito, desconfiança e até espanto por lideranças políticas, sociais do meio sindical e de operadores da segurança pública”, diz a nota assinada pela diretoria, referindo-se à “falta de experiência” do indicado e por ele “ter sido coautor da PEC 37, que tentava limitar investigações do Ministério Público”.


Em resposta, o líder do futuro governo na Assembleia Legislativa, deputado Durval Ângelo (PT), disse que todas as corporações merecerão o mesmo respeito. “As promoções respeitarão as leis. O governador dará as condições de trabalho necessárias ao cumprimento dos deveres constitucionais de cada uma das corporações. E que a sociedade cobrará de todas eficiência, compromisso e disciplina”, afirmou.


A repercussão entre aliados também não foi positiva na Assembleia. Durante reunião com aliados, Durval Ângelo teria dito que o anúncio de Pimentel seria recado para a Polícia Militar e ao Ministério Público de que governaria com aliados. A declaração irritou o deputado estadual Cabo Júlio (PMDB), aliado de Pimentel, mas defensor dos militares. Foi necessária a intervenção da turma do “deixa disso”. Cabo Júlio o lembrou da rebelião de 97.


Durval confirmou a declaração, corrigindo que o recado era para toda a sociedade e não para a PM e o MP, mas admitiu que terá que haver “repactuação” com a corporação militar. “Todo mundo sabe que a instituição Polícia Militar fez campanha aberta para os tucanos, o que é proibido por lei, mas usou a máquina nos quartéis e fora deles. A campanha acabou e Pimentel já deu o troco; a hora, agora é de diálogo”, disse.

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