O aumento nos preços de combustíveis levou caminhoneiros que trafegam pelas rodovias federais de sete estados, a bloquearem e suspendendo a passagem de todos os veículos. Além da reivindicação de redução do preço dos combustíveis, os caminhoneiros pedem outras medidas quanto à realização da atividade, como os valores de fretes, que são considerados pela categoria como abaixo do que realmente deveria ser cobrado.
Contudo, a Advocacia-Geral da União (AGU) resolveu recorrer a Justiça Federal, requerendo um pedido de liberação para que as rodovias interditadas pelos caminhoneiros sejam desbloqueadas.
O pedido da Advocacia-Geral da União tem apoio do Ministério da Justiça, sendo intermediada pela Polícia Rodoviária Federal e pela Força Nacional. Entre os estados afetados pela greve dos caminhoneiros nas rodovias está Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Goiás.
A greve dos caminhoneiros já afeta diretamente alguns estados, como o Paraná, que em alguns pontos já não tem mais combustível para vender, além de atrasos nas entregas de medicamentos. Em Pato Branco, a gasolina já chega a ser vendida a R$ 5,00.
Perdigão e Sadia anunciaram que irão parar a produção nesta segunda-feira (23)  em duas fábricas no estado do PR, decorrente da paralisação que se estende desde o dia 13 de fevereiro. Todo um ciclo de produção é afetado, desde a produção da ração para a alimentação das aves até a distribuição do produto para todo o país e até mesmo para o exterior.
Em SC, a distribuição do leite produzido foi 100% interrompida, decorrente da greve dos caminhoneiros. Também foi anunciado em SC, que a agroindústria Aurora Alimentos irá paralisar suas atividades por causa do bloqueio do transporte de suas matérias-primas.
De acordo com a CGU, foi pedido autorização da Justiça Federal para que o Poder Público pudesse aplicar multas de até R$ 100 mil a cada hora em que manifestantes insistissem em continuar bloqueando as passagens de outros veículos na rodovia, o que, segundo o órgão, vem atrapalhando o fluxo normal de veículos e no congestionamento do tráfego.
Para as procuradorias regionais da União, a greve representa um risco à segurança de veículos que dependem das rodovias, por ser uma ameaça a acidentes, além de sérios prejuízos econômicos, já que muitas cargas dependem das estradas para trafegarem e muitos caminhões possuem cargas perecíveis ou até mesmo perigosas, tendo tempo exato para chegarem ao seu destino.