A desigualdade social deve ser encarada como o principal fator do crescimento do fenômeno social do crime na sociedade brasileira. Isto porque ao longo da história evolutiva de nossa sociedade os interesses político-econômicos da burguesia ditam e moldam o funcionamento das instituições públicas, no intuito bem sucedido de criar verdadeiras “castas” isoladas (favela, periferia, gueto, comunidade, etc.), bem como estabelecer um aparato repressor que garantisse a demarcação e a manutenção de limites entre as camadas mais pobres das mais abastadas.
A permissão para ultrapassar tais limites só é justificável quando a população dos guetos migra para os bairros burgueses para servi-los com sua mão-de-obra, barata e desqualificada, ou ao contrário, quando a burguesia migra para o gueto, não no intuito de estimular o progresso, mas para auferir alguma vantagem financeira ou tributária. Não se pode esquecer outro momento em que a burguesia migra para o gueto, no ano eleitoral, para “vender” esperança.
O modelo socioeconômico imposto à sociedade brasileira, o capitalismo, garante o aumento da riqueza da burguesia, ao mesmo tempo em que aumenta o numero de miseráveis que vivem com o mínimo existencial, ou, muitas vezes, sequer alcançam o mínimo existencial para uma vida digna.
A desigual distribuição de renda no país faz parte de um perverso esquema de controle do proletariado. Enquanto uma minoria vive com um padrão de vida que não deixa a desejar para o europeu e o norte-americano, a maioria da população vive em condições iguais ou piores que as de países como Somália, Angola, Haiti, Laos e Afeganistão.
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