Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

domingo, 24 de março de 2013

Uma prisão injusta e ilegal, exemplo do autoritarismo que impera na Polícia Militar



Prezada, atendendo a solicitação da esposa do cliente CB PM M. Silva, encaminho-lhe o relatório dos fatos por mi presenciados, na apuração do desaparecimento e encontro posterior de um aparelho celular na sede do 54 BPM de Ituiutaba, isto no dia 14 próximo passado.

Pelo que acompanhei das audições do APF que durou quase 30 horas, os fatos se deram da seguinte maneira:

O CB PM M. Silva, estava chegando na sede do 54 BPM a fim de ingressar no serviço rotineiro que vinha desempenhando, lavratura de REDS.

Ao ingressar no saguão, percebeu grande movimentação de civis e militares, alguns paisanos, em razão de ter ocorrido a prisão de um elemento que em dias anteriores havia furtado uma relojoaria.

Este elemento foi conduzido ao 54 BPM para lavratura do REDS, e a viatura que estava empenhada solicitou auxílio no saguão para que alguém pudesse lavrar o REDS, pois o comparsa do elemento estava em fuga, e a viatura necessitava continuar as diligências para tentar prender este outro elemento. 

O CB M. Silva se prontificou de imediato para a lavratura do REDS, e tomou assento defronte o computador próprio iniciando seu turno coincidentemente naquele momento.

Durante a lavratura, foi trazido aos cuidados do CB M. Silva, alguns materiais que foram apreendidos com o elemento preso. Um saco plástico contendo pouco mais de R$.1.100,00, um isqueiro, um maço de cigarros, e alguns objetos que estavam dentro do saquinho.

Havia um telefone do preso que no momento da apreensão foi apossado por um militar que o prendeu, já que o telefone começou a tocar, e este militar saiu com o aparelho em direção a outros militares tentando identificar quem chamava, pois se desconfiava que o comparsa que fugiu ligava para o preso.

Depois deste fato, o celular foi passado pra outro militar e mais alguns que ali se encontravam.

O saguão estava lotado de pessoas, militares ou não, fardados ou não.

O CB PM M. Silva questionou o preso se todos os pertences apreendidos ali se encontravam, contou o dinheiro, etc.

O preso disse que somente faltava seu telefone(era um aparelho de preço alto).

E assim, todos os envolvidos começaram a questionar a todos onde estava o celular.

O CB PM M. Silva, sentado à frente do computador, não tinha recebido o aparelho, e pediu a alguns militares auxílio na sua localização, enquanto continuava seu serviço normalmente.

Neste momento, o Major Salvarani apareceu na mesa do REDS e questionou o CB PM M. Silva se o telefone não estava no bolso do agasalho que trajava.

O CB. PM M. Silva de pronto se levantou, abriu os bolsos e os colocou para fora, demonstrando que o aparelho não se encontrava com ele, seja nos bolsos ou mesmo em outro local.

Satisfeito, o Major mandou que o CB. M. Silva continuasse seu trabalho lavrando o REDS.

Após este fato, o CB. M. Silva, se dirigiu ao banheiro do Batalhão, local público de acesso ilimitado, pois precisava de fazer suas necessidades fisiológicas, como comumente ocorre.

Voltou ao trabalho e a lavratura do REDS.

Posteriormente, o CB PM M. Silva se dirigiu à Sala do Majos Salvarani para verificar o enquadramento adequado do REDS.

Neste momento, na porta da sala do Sub-Comandante, um militar, o mesmo que havia pegado o celular para checar quem estava ligando, anunciou que encontrou o aparelho no banheiro, e pediu ao Major que o acompanhasse para checar o ocorrido.

Tais fatos se deram na presença do BC. PM M. Silva que foi convidado pelo Major Salvarani a acompanhar a localização do aparelho.

Chegando ao banheiro, o aparelho estava localizado no fundo de um tambor de plástico, entre o saco de descarte de lixo e o plástico.

O CB M. Silva pegou o aparelho e o identificou como sendo o que havia sumido.

O Major pegou o aparelho e determinou ao CB M. Silva que retornasse ao local do REDS e finalizasse o serviço.

Pouco tempo depois, o Major Salvarani chegou ao local onde o CB. PM M. Silva estava digitando o REDS e lhe deu voz de prisão em flagrante.

A partir daí começou o martírio do acusado.

Preso, ficou ciente que lavrariam o Auto de Prisão em Flagrante ouvindo as testemunhas.

Fui chamado e cheguei ao 54 BPM às 16:00 h do dia 14 de março de 2013.

O condutor do APF, Tenente Fabiano trabalhou incansavelmente ouvindo inúmeras testemunhas e durante a audição, o policial que havia "localizado" o aparelho, passou da condição de testemunha para "acusado", pois foi apurado que o mesmo havia se envolvido em fato idêntico alguns meses antes.

As testemunhas relataram que não viram o CB. PM M. Silva receber ou entregar de e a ninguém o aparelho, mas que aquele policial que havia encontrado havia falado que havia entregue.

Um outro militar que esteve com o aparelho em mão disse ter entregado ao CB M. Silva o aparelho, mas ninguém confirmou esta versão.

No final das contas, o condutor, após ouvir todas as testemunhas percebeu que o CB. PM M. Silva não poderia ter ido ao banheiro esconder o telefone, pq minutos antes de ter ido ao banheiro havia sido revistado pelo Major Salvarani.

O condutor percebeu que o telefone passou na mão de inúmeros militares, e qualquer um poderia em tese ter cometido o fato.

A militar que fez a apreensão do material disse que antes de entregar para o CB PM M. Silva os pertences apreendidos, foi retirado do saquinho plástico o telefone pelo militar que posteriormente anunciou tê-lo achado.

Com a garantia de que a prisão não seria ratificada, em razão das provas colhidas, a defesa ficou tranquila, pois já havia mais de 25 horas seguidas, ininterruptas de diligências, sem descanso, mas o trabalho foi recompensado com a posição firme do condutor em não comungar com a ilegalidade da prisão, seja porque não havia certeza da autoria, seja porque não havia como manter a prisão por peculato, porque ficou comprovado que o CB PM M. Silva não havia recebido o bem que desapareceu em guarda.

Contudo, próximo das 17 horas do dia 15 de março, o condutor cedeu a pressão do Major que efetuou a prisão, e, após ser ameaçado de perder as merecidas regalias (comandante da tático móvel) ratificou a prisão, apesar de não concordar com ela.

Ao saber que seria preso injustamente, o CB PM M. Silva, sentiu-se mal e precisou ser internado no Hospital N.S. D'abadia em Ituiutaba, de onde saiu preso na segunda ultima para a sede do 17 BPM de Uberlândia onde se encontra preso até hoje.

Segundo a esposa do militar, ao protocolar o atestado médico concedido pelo psiquiatra com a recomendação de que o militar não poderia ficar sozinho, por perigo de autoeliminação, ocorreram fatos criminosos por parte do Major Salvarani.

Segundo a esposa do militar preso, o Major a destratou na frente de todos (o mesmo foi constatado em caso anterior envolvendo militares presos em hospital e há sindicância instaurada contra o major), a a chamou na sala do 54 BPM perguntando qual das mulheres do militar seria a esposa do mesmo.

Indicou que mostraria processos administrativos que o militar supostamente responderia por maltratar prostitutas, e coisas do tipo.

Este é o relato que pude trazer com a fidelidade dos fatos que presenciei, ressaltando que a ultima parte, com os fatos ocorridos com a esposa do militar, reproduzi o que me foi relatado.

Atenciosamente,

Aurélio Pajuaba Nehme

Fonte: Blog da Renata

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada

politicacidadaniaedignidade.blogspot.com