Em reunião da Comissão de Direitos Humanos, parentes de Wayne Braga pediram a punição do acusado, cabo Ezequiel Ramos.
Familiares de Wayne do Carmo Braga, assassinado em 2004, supostamente pelo cabo Ezequiel Pinheiro Ramos, pediram que a Polícia Militar expulse o acusado da corporação. O pedido foi feito durante audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta quarta-feira (4/9/13). O deputado Durval Ângelo (PT) ressaltou que a comissão já discutiu o tema em outra ocasião e que, até o momento, nenhuma punição foi imputada ao acusado.
A irmã da vítima, Imaculada Conceição Braga, criticou a PM por, até hoje, não ter expulsado o cabo e ainda ter autorizado empréstimo de R$ 150 mil e permitir a ele realizar, por duas vezes, concurso para o cargo de sargento. Ela ainda afirmou que, mesmo com o julgamento marcado para esta quinta-feira (5), duas testemunhas foram ouvidas na última terça (3) em Santa Luzia, local da delegacia que investiga o crime, sem a presença do advogado da família de Wayne. As duas pessoas ouvidas seriam irmãos do acusado.
O irmão de Wayne, Jair do Carmo Braga, reafirmou alguns detalhes do crime. Segundo ele, Ezequiel agrediu a vítima com uma coronhada e, em seguida, atirou à queima roupa. Ele questionou se não seria possível a retirada do cabo das ruas e sua transferência para o setor administrativo.
Polícia Militar responde críticas da família
O chefe da Corregedoria da Polícia Militar, tenente-coronel Wagner Adriano Augusto, explicou que, como Ezequiel, no dia do crime, estava de folga e sem a farda, a PM deverá aguardar o trâmite da Justiça para iniciar o procedimento de expulsão do cabo. “Para a exclusão, o processo deve ter tramitado em julgado na Justiça comum e a pena tem que ser superior a dois anos. Após essa condenação, é aberto um procedimento no Tribunal de Justiça Militar”, elucidou.
Wagner afirmou ainda que Ezequiel não foi promovido a sargento devido ao processo aberto pelo assassinato. “Temos um regulamento de promoção que prevê que uma das causas impeditivas à promoção é estar sendo processado por crime com pena de mais de dois anos”, declarou.
Entenda o caso – Wayne do Carmo Braga foi morto em 8 de janeiro de 2004, quando chegava para trabalhar em uma fábrica no bairro Jaqueline, em Belo Horizonte. No dia seguinte ao crime, seu concunhado, o cabo Ezequiel Pinheiro Ramos, confessou o crime. Apesar da confissão, o policial responde ao crime em liberdade e, segundo os irmãos da vítima, continua ameaçando pessoas da família.
Nesta quinta-feira (5), está previsto, a partir das 8h30, o julgamento de Ezequiel. O júri será realizado no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Esta é a segunda vez que o julgamento é marcado, já que da primeira vez foi adiado a pedido da defesa.
Familiares de outra vítima pedem providências
Durante a audiência pública, familiares de Kerllynthon Alves, supostamente morto por policiais em Montes Claros (Norte de Minas), pediram providências à Polícia Militar. Segundo o pai da vítima, Gildásio Martins Alves, o jovem de 23 anos foi morto, após ameaças, com um tiro no peito por dois policiais – tenente Faustino e cabo Elielton Alquimim. “A morte dele foi premeditada pelo tenente Faustino. O policial chegou em minha casa dizendo que o meu menino era muito esperto. Depois de 33 dias meu filho foi assassinado”, relatou.
Gildásio contou ainda que as ameaças começaram quando Kerllynthon não parou em duas blitz realizadas pela PM – a primeira por estar sem documentos da moto que conduzia e a segunda por estar com a carteira provisória de habilitação vencida.
Após a fala dos familiares, o deputado Durval Ângelo aprovou requerimento para envio das notas taquigráficas relativas a esse caso à Ouvidoria e à Corregedoria da Polícia Militar.
Requerimentos – O deputado Rogério Correia (PT) aproveitou a audiência para aprovar requerimento referente a reunião realizada na parte da manhã desta quarta-feira (4), que discutiu as demissões realizadas pela Minas Gerais Administração e Serviços S.A (MGS). O documento pede que seja feita visita à secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, com a presença da presidente da MGS, Soraia Ghader, de representantes de organizações sindicais e de trabalhadores da MGS para discutir as demissões e contratações realizadas pela empresa.
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