“Fui casado por algum tempo com uma modelo fotográfica de extrema beleza. Porém, ao dar um cartão de crédito para ela, vi minhas economias se esvaírem rapidamente. No começo deste ano, ao chegar em casa, ela estava furiosa por eu ter cortado o seu cartão de crédito e resolveu ir morar com um policial rodoviário. Um dia, voltando pela avenida Antônio Carlos, ouvi uma sirene, vindo a mais de 100 km/h. Imediatamente, acelerei fundo, pois tinha certeza ser o policial querendo devolver minha ex-mulher”.
A história poderia ter saído de um roteiro de novela, mas, na verdade, é uma das muitas justificativas para infrações que são recebidas pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) todos os anos. A média de aceitação pelo órgão, no entanto, é baixa, e gira em torno de 9%. Desde o início do ano, foram 20.095 recursos impetrados – 18.324 deles foram indeferidos, o que representa um percentual de 91,18%. Em todo o ano passado, 27.004 dos 29.655 recursos foram indeferidos (91,06% do total).
Como funciona. Após receberem a notificação de penalidade, os motoristas têm 30 dias para recorrer e apresentar suas justificativas. Alguns aproveitam para abusar da criatividade. As alegações vão desde brigas familiares a “emergências”, como precisar ir ao banheiro.
O coordenador geral da Junta Administrativa de Recurso de Infração (Jari) de Belo Horizonte, Francisco dos Santos, confirma que a maior parte é indeferida. “Em quase 90% dos casos, as infrações são evitáveis, portanto os motoristas são autores, não vítimas. As leis só não são aplicadas quando houver um bem maior em jogo, que é a vida humana. O motorista precisa provar que desrespeitou o código de trânsito porque precisava levar alguém urgentemente para o hospital, por exemplo”, explica.
Veja as desculpas mais inusitadas
Medo de devolução da ex-esposa
“Venho por esta relatar o ocorrido no dia 26 de agosto de 2006 onde fui surpreendido pelo radar fotográfico na avenida Antônio Carlos. Fui casado durante algum tempo com uma modelo fotográfico de extrema beleza e formas físicas invejáveis. Porém depois do casamento, ao dar um cartão de crédito adicional para ela, vi minhas economias se esvaziarem muito rápido. Ela gastava demais. No começo desse ano ao chegar em casa, ela estava furiosa por eu ter cortado seu cartão de crédito. Ela disse que assim não poderia mais suportar o casamento, uma vez que o marido que ela escolheu não mais lhe proveria recursos para seus caprichos. Na manhã seguinte, quando retornei para o almoço, encontrei um bilhete dela sobre a mesa dizendo que nosso casamento havia acabado e que teria ido morar com um policial rodoviário. Senti muito sua falta, mas vi que estava refazendo minha vida novamente, principalmente pelo lado financeiro. No dia 26 de agosto desse ano, estava eu voltando da Pampulha para casa pela avenida Antônio Carlos perdido em pensamentos, quando ouço uma sirene atrás de mim vindo à mais de 100km/h. Imediatamente acelerei fundo meu carro, pois tinha certeza ser o policial querendo devolver minha ex-mulher e me esqueci completamente do radar eletrônico, passando lá a 79 km/h. Muito Obrigado.!"
Pensou que era arma
“Eu tenho 57 anos e sou muito responsável, observe meu currículo, eu moro em Santa Luzia, observe o horário: Na rodovia vazia só eu e um motoqueiro que mostrava seu 'Pênis' e chegava na minha janela e falava que eu ia gostar muito a princípio eu pensei que era uma arma olhei para o lado não tinha nem uma autoridade, foi ai então que tive que desenvolver a velocidade do veículo no qual houve esta infração na altura do número 6400 na Av: Presidente Antônio Carlos em 2009. Espero que vocês reveja minha punição”
Menstruação chegou
“Eu estava no periodo menstrual, e com 'emorragia', por isso precisava, chegar rápido em casa”.
Dor de barriga
“Motivo da parada 'proibita' pela sinalização. Foi uma dor de 'bariga' brava. 'Uzei' um banheiro de uma loja perto. Assim terminou fui pra casa”.
*A reportagem preserva o nome e reproduz sem correção o que foi solicitado pelos motoristas
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