Amigos praças, em geral, aqui vai um desabafo de uma jornalista e, antes de tudo, cidadã quase alagoana – já que apesar de pernambucana ama Alagoas. Deparar-me com um comentário ridículo e sem o mínimo de respeito ao meu amigo sargento Barbosa e postado por um coronel da Polícia Militar, por quem sempre tive apreço, o coronel Jaques Jacinto Branco, é provocante e jamais poderia me calar.
Ao terminar de transcrever a minha indignação e não sei se o desacatando, mas afirmando que, a partir de agora, mesmo que para ele não importe, perdera minha total admiração e respeito, exponho para todos o comentário dispensável e nojento sobre um praça que sempre vestiu com muito amor a farda com a qual foi levado ao cemitério depois de levar, covardemente, um tiro na nuca e deixar três órfãos. Dor que os filhos do coronel não sentiram e graças a Deus.
Que infelicidade, coronel Jaques, tomar uma postura não condizente com o posto ao qual o senhor chegou sem comandar tropas, passando por assessorias, vivendo atrás de birôs.
Julgar o nosso amigo porque estava num bar, atribuir a responsabilidade da morte ao morto? Daqui a pouco não queira o coronel tomar o lugar do papa Francesco. Baseada no que postou em seus comentários, policial não é humano, é um ser lunático, uma alma, uma coisa qualquer. Logo o senhor, coronel, que sempre se mostrou um homem inteligente e que sempre discutiu o sistema mostrando erros e apontando acertos? Quantas vezes me convenceu de uma postura diferenciada e lógica e eu acreditei.
O Barbosa levou um tiro na nuca e o coronel escreveu: “chapéu de otário é marreta”? Como assim, meu Deus? E ainda conclui "mais um otário que jogou a vida fora"? Meu amigo Deus, lembrei de todo mundo, do meu amigo Borjão e tantos outros. Quanta falta de respeito à família do amigo Barbosa e aos parentes dos demais. Otário é coronel? Ah, o senhor não foi ao velório e não viu a tristeza na carinha do filho dele, de doze anos, que parecia ter perdido o rumo. E por que tanta prepotência, que arrogância é essa coronel Jaques¿ E se fosse um coronel, o senhor chamaria de otário da mesma forma ou “o boi sabe onde arromba a cerca”?
Digam-me que é uma ilusão de ótica e que o coronel Jaques não escreveu um disparate desses. Porque ele é digno, no mínimo, de pena. Tenho convicção de que os amigos oficiais de posto semelhante devam estar envergonhados. Porque sinceramente, nunca vi tanta aberração junta.
E se o nível foi tão rebaixado para se dirigir ao amigo que se foi vitimado pela violência, não tenho o menor receio de falar: “pimenta no dos outros é refresco”, coronel. Nossa senhora a que ponto chegamos para dar recados. Que o senhor continue no seu santuário, mas blinde-o, porque a violência hoje atravessa portas e paredes. Peça a Deus, coronel Jaques para abençoar sua família e reconheça que hoje o senhor deve um pedido de desculpas a todas as praças e oficiais da corporação. Enfim...
Ah, coronel, a cúpula da Segurança Pública ( o secretário de Defesa Social, o comandante da Polícia Militar, o delegado geral da Polícia Civil) e também o governador frequentam bares e aconselho-o a chamá-los de OTÁRIOS enquanto estão vivos. Porque falar de morto é fácil demais.
Pronto, desabafei. E não foi para me exibir, apenas porque me senti mal. Se o coronel fala assim de um policial, o que pensa quando ver um cidadão comum ser assassinado? Depois de ir para a reserva, deve ter esquecido que seu posto só existe porque é alicerçado pelos comandados. Ou seja, coronel, sem eles o senhor não existiria.
Eis o comentário do coronel no Briosa em Foco:
JAQUES JACINTO BRANCO
"Chapéu de OTÁRIO é MARRETA!!! Durante a Formação Policial Militar, todos os policiais são orientados para evitar a frequentar BARES por mais familiar que sejam e evitar também frequentar PROSTIBULOS, porque esses lugares são passiveis de acontecerem crimes, e esses lugares não compatíveis para que o POLICIAL MILITAR os frequente, os Profissionais de Segurança Publica em Geral, os Militares das Forças de Seguranças e Forças Armadas devem evitar frequentar tais locais para não se envolverem com problemas, EVITAR IMACULAR O NOME DE SUA INSTITUIÇÃO e até mesmo CORRER RISCO DE MORTE, ao entrar em conflito com MARGINAIS que frequentam esses estabelecimentos. Sabemos todos que em um possível tiroteio pode-se causar a morte de inocentes que estão no ambiente ou próximos a ele. Esse Sargento foi muito irresponsável ao frequentar esse local improprio, tarde da noite e ainda mais com seu filho de 03 (três) de idade que havia deixado dentro do seu carro. Mais um OTÁRIO jogou sua vida fora."
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