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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Ações preventivas reduzem vandalismo em shoppings

Comissão de Segurança Pública debateu encontros de adolescentes marcados por redes sociais que culminavam em vandalismo.

Medidas tomadas para coibir os atos e dos desafios para avançar na prevenção foram apresentadas por convidados
Medidas tomadas para coibir os atos e dos desafios para avançar na prevenção foram apresentadas por convidados - Foto: Guilherrme Bergamini
Os encontros de adolescentes em shoppings da Capital que acabaram resultando em atos de vandalismo são casos superados, na avaliação dos participantes da audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizada na manhã desta terça-feira (1º/10/13). Os convidados falaram das medidas tomadas para coibir os atos e dos desafios para avançar na prevenção desse tipo de ação.
Marcados via redes sociais e chamados pelos próprios integrantes de “bondes”, os encontros originalmente eram apresentados como eventos para que os jovens se conhecessem e fizessem novos amigos. Alguns dos envolvidos, entretanto, anunciavam atos de vandalismo e eram muitas vezes repreendidos nas redes sociais pelos colegas, que, porém, não conseguiam impedi-los.
O Minas Shopping recebeu o “bonde” no dia 24 de agosto. Naquele sábado, dia da semana mais movimentado, as lojas precisaram fechar mais cedo. Os prejuízos ficaram por conta das vendas não realizadas, pois, de acordo com o gerente de marketing do shopping, Renan Fernando Ferreira e Souza, os atos foram inibidos e não houve nenhum dano físico ou moral aos clientes e parceiros.
Para Renan Souza, é preciso traçar o perfil desses adolescentes
Para Renan Souza, é preciso traçar o perfil desses adolescentes - Foto: Guilherrme Bergamini
“A repressão foi feita mais com orientação e diálogo, e era exatamente assim que tinha que ser. Essa turma não quer promover assaltos e quebra-quebra, é mais um fenômeno de autoafirmação, de apresentação de demandas sociais”, disse. Renan Souza lembrou que 70% dos menores apreendidos pela Polícia Militar tinham em suas carteiras de identidade apenas os nomes das mães. “Precisamos traçar o perfil dessas pessoas, de onde vêm e quais são suas demandas”, disse.
O trabalho de prevenção foi intenso no Boulevard Shopping, onde, de acordo com o superintende Daniel Vianna Vieira, foi feito um cerco para que os grupos não chegassem. “Eles eram revistados antes de entrarem e um adolescente foi apreendido com um punhal”, disse.
As rotinas dos shoppings não foram alteradas pelos eventos. “Desde então, não tivemos mais nenhuma ocorrência. Estamos fazendo o monitoramento de redes sociais, notadamente o Facebook, e estamos preparados para lidar com outros incidentes que possam vir a acontecer”, disse o comandante do 16º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel José Geraldo Rodrigues Santos Silva.
O chefe do 1º Departamento da Polícia Civil de Belo Horizonte, Anderson Alcântara, afirmou que muitos inquéritos sobre as ocorrências já foram concluídos e 11 pessoas já foram indiciadas. “Desde as manifestações durante a Copa das Confederações, estamos alinhando um centro integrado de inteligência. Precisamos tomar atitudes mais contundentes diante desse novo fenômeno, de manifestações e encontros públicos”, disse. Anderson Alcântara afirmou que há grupos infiltrados nesses eventos que se aproveitam da oportunidade para afrontar o poder público. “Essas pessoas já estão identificadas e vamos tirá-las de circulação até o fim do ano. Elas não estavam lá para se manifestar”, disse.
Operação contra tráfico em shopping teria sido abortada
A juíza Valéria Rodrigues afirmou que os problemas com adolescentes em shoppings são recorrentes
A juíza Valéria Rodrigues afirmou que os problemas com adolescentes em shoppings são recorrentes - Foto: Guilherrme Bergamini
A juíza da Vara de Atos Infracionais da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Valéria da Silva Rodrigues, disse que não estava devidamente informada sobre os eventos nos shoppings e reclamou da falta de integração do Judiciário às operações policiais. “Nunca fomos procurados para tratar do problema de forma preventiva. Vocês não terão eficácia nenhuma nas atuações se não incluírem o Judiciário”, disse. A juíza lembrou que excluir a Vara Infracional de Crianças e Adolescentes pode aumentar o mito da impunidade em torno desse grupo.
Valéria Rodrigues afirmou, ainda, que os problemas com adolescentes em shoppings são recorrentes. Ela citou questões relacionadas a tráfico de drogas e a lutas entre alunos de colégios tradicionais, também marcadas via internet. “Há cerca de oito anos, o tráfico de drogas no Pátio Savassi era fortíssimo, e fizemos grandes apreensões lá dentro. Tentei montar uma operação no local, mas ela foi abortada dias antes por questões políticas do Alto Comando da Polícia Militar”, afirmou. “Esses fatos recentes só ganharam clamor público porque se trata de uma classe mais baixa”, completou.
O chefe de segurança do Pátio Savassi, Sânzio Pereira Alves, afirmou que o problema do tráfico de drogas existia há alguns anos, mas foi superado. “Implantamos um setor de inteligência, fizemos trabalho conjunto com a Polícia Militar e levamos um posto do juizado de menores ao local. Hoje a situação está completamente diferente”, disse.
“A gente quer combater a criminalidade na favela, mas se faz uma barreira na zona sul, já chovem telefonemas reclamando. Acham bonito invadir o Aglomerado da Serra, mas com traficante de luxo, que vai entregar cocaína para filho de 'bacana', não pode mexer”, disse o deputado Cabo Júlio (PMDB), autor do requeriemento que deu origem à reunião. “Será que a gente quer mesmo combater a criminalidade? Me assusta muito alguém abortar operação para impedir tráfico de drogas”, disse.
Parlamentar questiona segurança privada em shoppings
Parlamentares apresentaram soluções que podem ajudar a reduzir o problema
Parlamentares apresentaram soluções que podem ajudar a reduzir o problema - Foto: Guilherrme Bergamini
O deputado Leonardo Moreira (PSDB) disse que é preciso também cobrar planos mais eficientes de segurança privada dos shoppings. Segundo ele, os planos de prevenção e combate a incêndio, assim como os de segurança, são deficitários. “Cobra-se muito do poder público, mas os shoppings precisam fazer a parte deles. Se houve arrastão, é porque o ambiente estava propício”, disse.
O deputado João Leite lembrou que o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) será discutido agora na ALMG e é preciso assegurar recursos para a Polícia Militar, principalmente diante da Copa do Mundo de Futebol, a ser realizada no próximo ano. Ele também sugeriu a realização de reuniões permanentes entre o Judiciário e as polícias Civil, Militar e Federal, para construir medidas mais eficientes de segurança pública. “Temos cada vez mais que aproximar nossas forças”, disse.
O deputado Lafayette de Andrada (PSDB) lembrou que as redes sociais podem ser um importante instrumento de prevenção e devem ser monitoradas para evitar ações surpresa.

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