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A Associação dos Familiares e Amigos de Policiais de São Paulo (Afapesp), regional de Campinas, repudiou a vinculação de soldados da corporação com as mortes de 12 homens no último final de semana registradas em cinco bairros da região do Ouro Verde, em Campinas. De acordo com Adriana Borgo, da Comissão dos Direitos Humanos da Afapesp, é temeroso dizer que os policiais estão atacando bandidos de forma velada, mas ela não descarta uma "espécie de guerra civil no confronto dos policiais contra o crime organizado".
Um ofício chamando a atenção para a violência contra os militares foi entregue aos assessores do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Fernando Grella, que esteve na cidade no final da tarde de terça-feira. No documento, a associação reclama também dos comentários do ouvidor das Policias de São Paulo, Julio Cesar Fernandes Neves, que disse em entrevista a jornalistas em Campinas que "há indícios da ação de policiais" nos crimes.
Neves esteve na cidade para colher informações de parentes dos mortos e acompanhar os desdobramentos do caso que ganhou repercussão por causa da violência. Os assassinatos foram praticados contra pessoas entre 17 a 30 anos, Eles foram mortos tiros na cabeça e tórax. Metade deles não possuía ficha criminal.
Os assassinatos ocorreram horas após a morte do policial militar Arides dos Santos, 44 anos, que estava de folga e sem farda em um posto de combustível na avenida Ruy Rodrigues. Ele reagiu a um assalto e foi alvejado na cabeça. Dois assaltantes que estavam em uma moto fugiram. As cenas do circuito de segurança do estabelecimento foram disponibilizadas para a policia. Ninguém foi preso.
SP teve 116 policiais mortos em um ano
Segundo Adriana, os militares e seus familiares sofrem a falta de atenção dos governantes, que não perceberam a violência praticada contra seus homens. "Este ano de 2014 só no Estado de São Paulo foram mortos 10 policiais, sendo 4 no ultimo domingo. Em Campinas, foram dois óbitos em duas semanas, além dos 37 feridos na capital", afirmou ela.
"De janeiro de 2013 até essa primeira quinzena, houve o maior número de baixa dos policiais, com 116 mortes", afirmou. "Nós, parentes de policiais, vivemos com medo", disse. Segundo ela, viúvas e filhos de policias "mortos por bandidos vivem sem apoio psicológico e com receio de serem executados também".
Adriana pede o mesmo esforço empregado pela Secretaria de Segurança Pública na investigação das 12 mortes na cidade para a elucidação dos casos de soldados mortos. "Não vemos a mesma movimentação para investigar as mortes de policiais." jb.com.br
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