Heliana Frazão Do UOL, em Salvador
O presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra), Marco Prisco, pode ser preso a qualquer momento por liderar o movimento grevista na Bahia. A informação foi dada na tarde deste sábado (4) pelo capitão da Polícia Militar Marcelo Pita, porta-voz do comando da PM, que não aderiu à greve.
Segundo o governo da Bahia, na sexta-feira foram expedidos 12 mandados de prisão contra lideranças do movimento, acusadas de roubo qualificado de viaturas policiais, incitação ao crime e formação de quadrilha. “Esses mandados estão para serem cumpridos, estão todos em fase de execução”, disse Pitta. “E um deles se destina ao presidente da Aspra, Marco Prisco.”
De acordo com Pita, a melhor forma de resolver essa situação é sentar e negociar. "Mas o governo não abre mão para negociar. O que nós pedimos é apenas o cumprimento da lei", disse.
Hoje, o governador Jaques Wagner descartou a possibilidade de concessão de anistia militar para todos os envolvidos no movimento grevista, uma reivindicação feita pelo conjunto das associações que representam PMs na Bahia.
“Sou um democrata convicto e a única regra que faz a democracia funcionar é o respeito à lei”, disse o governador. “Se alguém depreda ônibus, depreda o carro da polícia, se alguém sai na rua atirando para cima, isso tudo é crime”.
Wagner afirmou ainda que, ao entrarem em greve, os policiais estão promovendo "um banho de sangue" na Bahia.
A Aspra informou neste sábado que a adesão ao movimento é de 100% do efetivo em 32 dos 417 municípios baianos, incluindo algumas das principais cidades do Estado, entre elas Ilhéus, Itabuna, Jequié, Vitória da Conquista e Senhor do Bonfim. Entre 0h de ontem (sexta 3) e 14h30 de hoje (sábado 4), 30 pessoas já morreram no Estado, segundo dados da Secretaria de Segurança da Bahia.
A Secretaria de Segurança Pública da Bahia estima que um terço da Polícia Militar do estado esteja parada. O efetivo conta com 31 mil policiais.
Força Nacional em Salvador
Nesta tarde, algumas pessoas voltaram a circular por pontos da cidade já policiados pela Força Nacional. Os shoppings e praias estavam entre os locais mais procurados.
Também no centro histórico era possível observar alguns grupos de turistas aproveitando a tarde de sol e calor. A advogada Maria Fernanda Rolin saiu com o marido e filha de dez anos para almoçar fora.
“A gente não pode se trancar, é preciso reagir, esquecer o medo e tocar a vida”, comentou, enquanto saboreava um prato de caranguejo num bar da orla.
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