Editorial do Blog:
Talvez na Polícia Militar do Espiríto Santo a estratégia política do governador, que em ato solene nomeia para atribuição de interlocução o comandante geral, possa até surtir efeito e resultado, o que em outros estados, como em Minas Gerais causaria tremendo desgaste político e revoltaria os policiais e bombeiros militares, pois além da traição praticada pelo comando no ano de 1997, que provocou o histórico e inédito movimento dos praças, pelo vergonhoso reajuste defendido e concedido exclusivamente para os oficiais, bem como pela perseguição, retaliação e vingança levada a efeito pelo ex-Governador Eduardo Azeredo e atual deputado federal e oficiais fiéis ao comando da época, dentre estes o ex-comandante geral, Cel PM Renato, récem transferido para a reserva remunerada.
Em outra analise, as característica do cargo e forma de investidura, que se dá pela livre nomeação e interesse do governador eleito, por si só macula e contamina o comandante geral e o chefe de polícia civil, pois sabemos que está atrelado e co-obrigado aos interesses do governo, o que desclassifica e distorce sua legitimidade para ser interlocutor da tropa, como quer e gostaria o governador Casagrande, pois o máximo que conseguirá é ter um leal representante do governo na Polícia Militar.
O que o governador deveria, antes de mais nada é cumprir com os compromissos de campanha que assumiu com os policiais e bombeiros militares e com o ex-deputado Capitão Assunção, de que iria investir na valorização profissional e salarial e na melhoria da segurança pública do Estado.
O que o governador quer e não diz, pois está fazendo o que alguns dirigentes irresponsáveis e descompromissados com os interesses de seus representados quer, é outorgar legitimidade para um cargo que historica, política e institucionalmente nunca obteve tal prerrogativa que tem como características inderrogáveis a escolha livre, soberana e cidadã da maioria, por que representa exatamente os interesse contra os quais lutamos, e neste caso o cargo de comandante geral das Polícias Militares brasileiras são de livre e unilateral escolha do governador.
Noutra analise, que também não pode ser descartada é a de que a estratégia adotada, já se inicia com o discurso de concordância de uns poucos que certamente estão defendendo, mesmo que dissimuladamente seus interesses, e a consequencia é a inevitável desligitimação das representações associativas, que de agora em diante tem que pedir benção ao comandante geral para manifestar e apresentar sas reivindicações e demandas de interesse dos policiais e bombeiros militares ao governo.
Que os dirigentes das entidades reflitam sobre que rumos tomar e corrijam eventual rota de colisão com seus representados, pois todos já se cansaram de ouvir em dircurso que vão ser tratados como prioridade na próxima agenda governamental, como sói acontecer com o atual governador que se aproveitou da boa-fé e lealdade dos policiais e bombeiros militares do Espiríto Santo nas eleições passadas.
A quem o governador Casagrande pensa que engana?
Por José Luiz Barbosa
Presidente da Associação Cidadania e Dignidade.
Comandante geral da PM passa a ser o novo interlocutor entre a tropa e o governo na discussão salarial
O governador Renato Casagrande (PSB) decidiu agir rápido, com autoridade e inteligência e nomeou o comandante geral da Polícia Militar, coronel Ronalt Willian, para ser o interlocutor entre o governo e as entidades de classe dos policiais militares na discussão por melhoria salarial da categoria.
Anteriormente, eram os próprios representantes de cada entidade de classe que se reuniam com os secretários Robson Leite (Secretaria de Estado de Governo) e Heráclito Amâncio Pereira Júnior (Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos) para discutir as reivindicações da categoria. Não deu certo.
A estratégia de se reunir com aos presidentes e diretores das entidades de classe havia sido imposta durante os oito anos do governo Paulo Hartung. Ele imaginava se tratar de uma forma democrática, mas muitos dirigentes, na hora de negociar melhorias para toda categoria, acabavam sendo seduzidos por falsas promessas dos secretários do governo passado.
Na sexta-feira, quando a greve dos policiais militares da Bahia ganhou cenas de terror pelas ruas de Salvador e demais cidades baianas, Casagrande convocou o comandante geral da PM, coronel Willian, para uma reunião emergencial no Palácio Anchieta. Na reunião, que ocorreu à noite, o governador devolveu ao coronel Ronalt Willian parte dos poderes de um comandante militar que havia sido retirada por seu antecessor Paulo Hartung.
Ficou decidido pelo governador Renato Casagrande que, a partir de agora, só quem fala pela Polícia Militar do Espírito Santo é o seu comandante geral. No caso, o coronel Ronalt Willian:
“O interlocutor do governo passa a ser o comandante geral. Ele é que tem total legitimidade para falar em nome de toda a tropa. A decisão do governador Casagrande é um avanço, porque a figura do comandante geral está sendo resgatada pelo atual governo. Sempre foi assim no passado, antes dos últimos oito anos de governo Hartung: somente o comandante geral da PM é que fala pela Corporação”, afirmou um oficial, que hoje está na reserva remunerada.
A decisão de Casagrande agrada também aos dirigentes de classe, porque eles solicitaram ao governador que o coronel Willian passasse a ser o interlocutor das entidades.
“Os secretários Robson Leite e Heráclito Amâncio são profissionais competentes e muito técnicos, mas falta a eles um pouco mais de conhecimento dos meios militares”, disse um dirigente de classe, com atuação entre os oficiais.
Outros oficiais e praças lembraram neste sábado que o ex-governador Paulo Hartung não dava “muita bola” para seus comandantes militares. Por isso, como forma de desintegrar a tropa, estimulava seus secretários a dialogar diretamente com os dirigentes de classe.
Às vezes, até deputados estaduais participavam de negociações entre dirigentes dos militares e os secretários de Estado. Os resultados das decisões eram de acordo com a conveniência política da ocasião.
Como Hartung mandava na Assembleia Legislativa – apenas o deputado Euclério Sampaio não rezava na cartilha do ex-governador –, a vontade do governo passado é que prevalecia:
“A Polícia Militar é um bloco. Ela precisa estar unida em torno de um ideal para não sofrer fragmentos. A partir da posse de Paulo Hartung, em janeiro de 2003, já começamos a enfrentar problemas, porque desde seu primeiro comandante geral, o coronel Júlio César Lugatto, até o último, coronel Emmerich (Oberacy Emmerich Júnior), ficou claro que a Polícia Militar não tinha representante legítimo junto ao governo. E o representante legítimo de qualquer Corporação militar é seu comandante geral”, completou um oficial, com livre trânsito no Palácio Anchieta.
Outro acerto de Renato Casagrande em determinar o comandante geral da PM a se tornar interlocutor da tropa com o governo é que o coronel Ronalt Willian é um oficial que tem comando e é respeitado por toda a tropa, além de ser reconhecidamente uma pessoa com habilidades políticas.
Resta torcer para que o comandante Willian consiga agradar à tropa e ao governo. E evite que os militares estaduais capixabas repitam o gesto de outros militares pelo País afora e não façam nenhum tipo de paralisação.
Anteriormente, eram os próprios representantes de cada entidade de classe que se reuniam com os secretários Robson Leite (Secretaria de Estado de Governo) e Heráclito Amâncio Pereira Júnior (Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos) para discutir as reivindicações da categoria. Não deu certo.
A estratégia de se reunir com aos presidentes e diretores das entidades de classe havia sido imposta durante os oito anos do governo Paulo Hartung. Ele imaginava se tratar de uma forma democrática, mas muitos dirigentes, na hora de negociar melhorias para toda categoria, acabavam sendo seduzidos por falsas promessas dos secretários do governo passado.
Na sexta-feira, quando a greve dos policiais militares da Bahia ganhou cenas de terror pelas ruas de Salvador e demais cidades baianas, Casagrande convocou o comandante geral da PM, coronel Willian, para uma reunião emergencial no Palácio Anchieta. Na reunião, que ocorreu à noite, o governador devolveu ao coronel Ronalt Willian parte dos poderes de um comandante militar que havia sido retirada por seu antecessor Paulo Hartung.
Ficou decidido pelo governador Renato Casagrande que, a partir de agora, só quem fala pela Polícia Militar do Espírito Santo é o seu comandante geral. No caso, o coronel Ronalt Willian:
“O interlocutor do governo passa a ser o comandante geral. Ele é que tem total legitimidade para falar em nome de toda a tropa. A decisão do governador Casagrande é um avanço, porque a figura do comandante geral está sendo resgatada pelo atual governo. Sempre foi assim no passado, antes dos últimos oito anos de governo Hartung: somente o comandante geral da PM é que fala pela Corporação”, afirmou um oficial, que hoje está na reserva remunerada.
A decisão de Casagrande agrada também aos dirigentes de classe, porque eles solicitaram ao governador que o coronel Willian passasse a ser o interlocutor das entidades.
“Os secretários Robson Leite e Heráclito Amâncio são profissionais competentes e muito técnicos, mas falta a eles um pouco mais de conhecimento dos meios militares”, disse um dirigente de classe, com atuação entre os oficiais.
Outros oficiais e praças lembraram neste sábado que o ex-governador Paulo Hartung não dava “muita bola” para seus comandantes militares. Por isso, como forma de desintegrar a tropa, estimulava seus secretários a dialogar diretamente com os dirigentes de classe.
Às vezes, até deputados estaduais participavam de negociações entre dirigentes dos militares e os secretários de Estado. Os resultados das decisões eram de acordo com a conveniência política da ocasião.
Como Hartung mandava na Assembleia Legislativa – apenas o deputado Euclério Sampaio não rezava na cartilha do ex-governador –, a vontade do governo passado é que prevalecia:
“A Polícia Militar é um bloco. Ela precisa estar unida em torno de um ideal para não sofrer fragmentos. A partir da posse de Paulo Hartung, em janeiro de 2003, já começamos a enfrentar problemas, porque desde seu primeiro comandante geral, o coronel Júlio César Lugatto, até o último, coronel Emmerich (Oberacy Emmerich Júnior), ficou claro que a Polícia Militar não tinha representante legítimo junto ao governo. E o representante legítimo de qualquer Corporação militar é seu comandante geral”, completou um oficial, com livre trânsito no Palácio Anchieta.
Outro acerto de Renato Casagrande em determinar o comandante geral da PM a se tornar interlocutor da tropa com o governo é que o coronel Ronalt Willian é um oficial que tem comando e é respeitado por toda a tropa, além de ser reconhecidamente uma pessoa com habilidades políticas.
Resta torcer para que o comandante Willian consiga agradar à tropa e ao governo. E evite que os militares estaduais capixabas repitam o gesto de outros militares pelo País afora e não façam nenhum tipo de paralisação.