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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Maio pode ser marcado por greves, avisam sindicalistas


O mês de maio deve ser marcado por mobilizações intensas de categorias como os trabalhadores da construção civil e dos transportes do Estado de São Paulo. Com data-base no dia 1.º, as negociações com os representantes patronais não avançaram e os sindicalistas já falam em paralisações.

"Tivemos uma ou duas reuniões por semana desde o começo de março e ainda não conseguimos avançar na pauta de reivindicações", queixa-se Antônio de Souza Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo (Sintracon). "Estamos mobilizados para uma greve por tempo indeterminado a partir do dia 7", avisa ele.
A reportagem é de Marcelo Rehder e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 01-05-2012.

Na campanha dos operários da construção civil estão juntos os sindicatos de várias centrais sindicais como Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Central Geral dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CGTB). Juntas, elas representam mais de 1 milhão de trabalhadores. Só na base do Sintracon, ligado à Força Sindical, são 370 mil operários.

A categoria reivindica aumento real de 5%, além da reposição da inflação acumulada nos últimos 12 meses. O sindicato patronal não apresentou contraproposta, informa Ramalho.

"Mesmo assim, temos esperança de que haja um entendimento, porque uma greve geral desgasta todo mundo, principalmente quem comprou imóveis na planta", diz o sindicalista.

Empreitada
Segundo ele, as construtoras têm atrasado, em média, em nove meses a entrega das chaves dos apartamentos por falta de mão de obra. Mais do que isso, ele afirma que os consumidores reclamam muito do acabamento dos imóveis. Na falta de mão de obra, tem se trabalhado em regime de empreitada.

"Na carteira de trabalho constam 48 horas semanais, mas o trabalhador recebe outras 68 horas, algumas por fora, que as construtoras colocam como horas prêmio. Não tem nada de prêmio, o que tem ali é pura empreitada. Para conseguir as 68 horas a mais, o trabalhador tem de enfrentar uma jornada de 14 horas por dia", afirma o sindicalista.

Com ameaça de greve em datas a serem definidas, metroviários e ferroviários querem 14,99% e 5,83% de aumento real, respectivamente, além da reposição das perdas com a inflação.

No caso dos metroviários, que somam 8,7 mil trabalhadores na capital paulista, a reivindicação de aumento real de 14,99% leva em consideração que o número de usuários transportados em 2011 pelo metrô teve um acréscimo de quase 15%.

"A empresa tem dinheiro para resolver a questão sem greve", afirma Altino de Melo Prazeres Júnior, presidente do sindicato da categoria. "Não queremos prejudicar a população, mas não vamos deixar nossos direitos irem embora sem briga."

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