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quarta-feira, 6 de março de 2013

Em uma democracia nem um Ministro da mais alta corte de justiça do País está isento de censura

Barbosa se irrita com repórter

 
Ao ser abordado, ontem, ele mandou o jornalista "chafurdar no lixo". A assessoria do STF divulgou nota com pedido de desculpas
DIEGO ABREU
 
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, destratou ontem um jornalista que cobre as atividades diárias da Corte. Irritado, o ministro mandou o repórter “chafurdar no lixo” e o chamou de “palhaço”. O ato de destempero do comandante do Poder Judiciário brasileiro aconteceu logo após o término da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Joaquim Barbosa foi abordado por um grupo de cinco jornalistas que pretendiam repercutir as críticas que três associações de magistrados fizeram ao presidente do STF, por meio de nota divulgada no último fim de semana. Antes de um repórter do jornal O Estado de S. Paulo concluir a pergunta, o ministro o interrompeu rispidamente, enquanto caminhava em direção ao elevador. “Como o senhor está vendo (...)”, tentou perguntar o jornalista. “Não estou vendo nada”, respondeu Joaquim Barbosa. O setorista tentou completar a pergunta, mas, aos gritos, o magistrado voltou a atacar o jornalista. “Me deixa em paz, rapaz. Me deixa em paz. Vai chafurdar no lixo como você faz sempre”, gritou Barbosa.
“O que é isso ministro, o que houve”, questionou o repórter. Nesse momento, o assessor de imprensa do ministro tentou contê-lo, para que encerrasse a polêmica, mas não conseguiu. “Eu estou lhe pedindo, me deixe em paz. Eu já disse isso várias vezes aos senhores”, esbravejou Barbosa. O jornalista então retrucou pela última vez. “Mas eu tenho que fazer pergunta, é meu trabalho, ministro”. Joaquim Barbosa retrucou: “Sim, mas eu não tenho nada a lhe dizer. Eu não quero nem saber do que o senhor está tratando”, disse o presidente do STF. Segundos depois, enquanto esperava o elevador, o ministro emendou: “Palhaço.”
Caso isolado
Em nota enviada à imprensa, a Secretaria de Comunicação Social da Suprema Corte pediu desculpas aos profissionais envolvidos no episódio e atribuiu à longa jornada de trabalho do ministro a embaraçosa situação. “Após uma longa sessão do Conselho Nacional de Justiça, o presidente, tomado pelo cansaço e por fortes dores, respondeu de forma ríspida à abordagem feita por um repórter. Trata-se de episódio isolado e que não condiz com o histórico de relacionamento do ministro com a imprensa”, destaca o texto. A nota diz ainda que Barbosa “reafirma sua crença no importante papel desempenhado pela imprensa em uma democracia” e afirma que o ministro tem “apego à liberdade de opiniãom expresso em seu permanente diálogo com profissionais dos mais diversos veículos”. A Secretaria de Comunicação lembra que o presidente do Supremo receberá amanhã um representante do Comitê para Proteção de Jornalistas, uma organização sediada em Nova Iorque.
O Sindicato dos Jornalistas dos Jornalistas do Distrito Federal divulgou nota, na qual classificou o comentário de Barbosa como “incompatível com o posto que ocupa na mais alta Corte do país”. “Este comportamento é inaceitável. Esperamos que atitudes como a registrada não se repitam dentro do tribunal”, ressalta a nota.
No último sábado, as associações dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), dos Magistrados Brasileiros (AMB) e dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) divulgaram nota, na qual expressam “perplexidade” com a forma “preconceituosa, generalista, superficial e, sobretudo, desrespeitosa com que o ministro Joaquim Barbosa enxerga os membros do Poder Judiciário brasileiro”. A manifestação das entidades foi uma resposta às declarações que Barbosa fez, em entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros, na última quinta-feira, ocasião em que criticou a mentalidade dos juízes brasileiros. Na entrevista, o ministro afirmou que os magistrados do Brasil têm a mentalidade “mais conservadora, pró status quo, pró impunidade”, enquanto os integrantes do Ministério Público teriam postura “rebelde”.

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