Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Educação e Crime


Nenhuma parceria no Brasil é tão harmoniosa quanto à parceria do Crime especializado em desviar recursos públicos e o sistema administrativo da educação pública. Engana-se quem acredita que o problema da sucateação do ensino público é tão somente fruto da má formação de professores, salários baixos a todos profissionais que trabalham diretamente com educação ou as condições físicas degradantes da maioria das escolas. Tudo isso são sintomas de uma única doença: o roubo sistemático do dinheiro que deveria ser totalmente investido na manutenção digna da educação pública.
Temos teorias pedagógicas suficientes para garantir a formação de professores e alunos com segurança por alguns anos, nossas universidades estão cheias de pesquisadores competentes, nas escolas de ensino fundamental e médio podem ser facilmente encontrado professoras (es) comprometidas (os) e donas (os) de uma prática pedagógica maravilhosa, um legado cultural construído durante anos de dedicação exclusiva ao ensino público.
O problema é que tudo isso vive em estado de sítio, a produção cientifica para educação quase sempre nasce e morre dentro das universidades, teses que vão servir para apenas titular um número reduzidíssimo de professoras (es) pertencentes à torre de marfim das universidades públicas e nunca vão chegar ao ensino fundamental ou médio, escolas geridas (não raro) por diretoras (es) sem condições emocionais ou éticas para ocupar um cargo tão importante, professoras (es) reféns da tirania administrativa dessas (es) gestoras (es) adoecem, isso causa um desastroso efeito dominó atingindo a capacidade de lecionar e estagnando pedagogicamente esses profissionais.
Essas mazelas são conhecidas por prefeitos, governadores e governo federal, mas tudo isso acontece com o consentimento do poder político que administra o sistema. Com o caos humano e pedagógico dentro das escolas, falta de diálogo entre universidade e de praticidade cientifica da sua produção acadêmica com a prática pedagógica do ensino fundamental e médio o crime faz sua festa, a escola não consegue refletir tão pouco encontrar solução para suas próprias mazelas enquanto a sociedade a enxerga como um depósito de gente.
Vá ao Ministério Público procure saber quantos prefeitos foram denunciados por roubo, desvios ou mau uso de verbas do FUNDEB OU FUNDEF e o mais grave quantos foram presos ou condenados. Quem comanda o Brasil é o poder executivo e falar de independência dos poderes é uma piada sem graça. Do vereador ou senador, com algumas exceções, todos negociam seus mandatos com o executivo, o poder judiciário tem sua instância maior no STF o qual seus ministros são indicados pela presidente, o mesmo acontece com os desembargadores nos estados indicados pelos governadores.
Chegamos ao absurdo de um prefeito ou governador inaugurar sobre aplausos adestrados de boa parte da população escolas modelos, quando todas escolas deveriam ser modelos. Para desviar atenção da grave situação em que se encontra a educação pública os governos criminosamente confundem a população inaugurando pomposas escolas ou reformando tantas outras fazendo todos acreditarem que investir em educação é tão somente cuidar da aparência de prédios, quando em verdade boa parte do investimento deveria ser assegurar aos alunos e professoras (es) condições intelectuais de ensino e aprendizagem
Construir ou reformar escolas sem critério algum serve para duas coisas: passar para população a sensação de que determinado governo tem compromisso social e trabalha para assegurar que todos tenham acesso a educação de ?qualidade? e fazer a festa de empreiteiras, parceiras preferenciais de muitos políticos quando o assunto é roubo do dinheiro público.
Além do Crime político que desestabiliza o sistema público de ensino professoras (es), corpo técnico, de apóio e alunos estão enfrentando agora o drama do crime comum que invade as escolas ameaçando a vida de todos.
Investir na educação é: prender agentes públicos envolvidos em desvios de recursos da educação, quebrar a torre de marfim na qual se instalou a universidade pública, acelerando ao máximo a entrada de professoras (es) nos cursos de pós-graduação, ter um mestrado ou doutorado não deve ser um privilégio, deve ser algo comum entre professoras (es). Melhorar nestas instituições a formação dos profissionais que atuarão no ensino fundamental e médio, fazer valer o piso nacional de salários para todos profissionais em educação, ações coordenadas entre secretarias de educação, cultura, saúde, social e segurança, estimular a pesquisa nas escolas.
Tudo que escrevi aqui não é novidade, mas podemos fazer muito. Há dias que tudo cansa então me volto para coisas espirituais, coisas que não podem ser inauguradas ou fotografadas, coisas que desejo para mim, meus alunos e colegas de ?sofristério?... Como por exemplo, entrar em uma sala de aula e não me sentir um alienígena. 







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