Diante da paralisação nacional dos juízes federais, marcada para amanhã, o Conselho da Justiça Federal (CJF) decidiu descontar um dia de salário dos magistrados que aderirem ao movimento. O corte foi aprovado ontem em sessão do CJF, seguindo uma proposta de seu presidente, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Ari Pargendler.
A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) declarou que "tomará as medidas cabíveis, administrativas e judiciais" contra a posição do CJF. "É uma decisão ilegal, pois o direito de greve é garantido a todo cidadão brasileiro", afirma o presidente da Ajufe, Gabriel Wedy. De acordo com ele, o ato sequer chega a ser uma greve. "A Justiça Federal estará com as portas abertas e irá atender todos os casos de urgência e perecimento de direito", diz.
As reivindicações dos magistrados incluem maior segurança, em razão das ameaças que alguns vêm sofrendo de organizações criminosas; melhor estrutura de trabalho, equiparação com o Ministério Público e reajuste salarial, como reposição por perdas inflacionárias. Segundo os juízes, as perdas acumuladas nos salários são de 16%, devido à ausência de correção anual pelo índice da inflação. "Em seis anos, tivemos apenas uma atualização de 8%", diz Wedy.
O movimento amanhã será acompanhado de atos em Brasília e em São Paulo. Na capital federal, haverá debates na parte da tarde na sede da Justiça Federal, com a participação dos presidentes dos sindicatos de juízes da Espanha, da Itália e de Portugal. Depois, uma caminhada até o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Congresso Nacional. Em São Paulo, haverá uma manifestação às 15h no Fórum Pedro Lessa. "Ninguém quer fazer greve, todos querem uma saída institucional", diz o presidente da Associação dos Juízes Federais de São Paulo e Mato Grosso do Sul, Ricardo de Castro Nascimento.
A paralisação foi programada no mês passado, durante uma assembleia-geral da Ajufe, que reúne 1,8 mil magistrados. Segundo a entidade, 83% da categoria aprovou a medida.
FONTE: VALOR ECONÔMICO
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