Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Movimento reivindicatório cresce em Minas, e sugere uma nova versão de 1997

* José Luiz Barbosa

Como em todo e qualquer movimento reivindicatório salarial e de valorização da classe trabalhadora, em especial de servidores públicos, sempre nos depararemos com ações e estratégias, as mais variadas para desmobilizar, enfraquecer e esvaziá-lo, seja por parte do governo e de seus aliados, principalmente de policiais e bombeiros militares, e isto por uma razão muito simples, a sociedade exigirá imediatamente que não haja descontinuidade do serviço de segurança pública, que afeta a vida em sociedade.

Antes mesmo de iniciar o movimento dos policiais e bombeiros militares de Minas Gerais, com a convocação da assembléia geral unificada ocorrida em 13 de Abril de 2011, já começavam a surgir boatos, intrigas, e toda sorte de informações e contra-informações, obviamente plantadas com o objetivo de tentar erradicar a mobilização, que pelo que estamos observando cresce e se inflama a cada dia, mesmo com todo os subterfúgios e ações desagregadoras difundidas.

Naturalmente que as partes contrárias que compõem este processo, que de um lado reivindicam justas e dignas melhorias salariais,  os policiais e bombeiros militares, e de outro o governo e seus asseclas, que a seu serviço farão  de tudo para atender e cumprir rigorosamente as orientações governamentais para debelar o movimento, que podemos antever como o maior e mais intenso, desde o trágico ano de 1997, que levou às ruas milhares de praças da Polícia e Corpo de Bombeiro Militar, e exatamente pela intransigência oficial.

Se de um lado o governo fecha os olhos para o crescimento do movimento, talvez contando com seus aliados para que na hora certa, possa reprimir, desestimular, e restringir a participação, lançando dúvidas e contradições, de outro há uma crescente disposição para a luta, pois os níveis de insatisfação  e descontentamento com o Governo e com o comando estão paulatinamente atingindo índices  que não serão facilmente contidos, a não ser que se faça o que se deveria ter feito nos últimos oito anos de governo, a fixação de uma agenda de negociação transparente e concreta, afinal todos estão cansados de discurso, e revoltados com a ladainha ensaiada do governo do PSDB.

Contudo,  o que minimamente se espera dos oficiais, em especial do Comandante Geral, Cel PM Renato é lealdade, respeito e compromisso com a luta pela valorização e dignidade profissional, sem necessariamente partimos para ofensas, insultos e linchamento moral, o que não agrega, contrariamente instiga a histórica luta de classe, entre oficiais e praças, o que poderá mais uma vez ser o estopim para uma nova versão do movimento de 1997, só que mais organizado e inteligentemente planejado e com força muito superior aos anteriores.

E este indicativo serve de alerta, inclusive para os dirigentes das entidades de classe, que se desviarem do curso traçado na assembléia geral, podem colher como resultado, além de sua morte política, o descrédito e a deslegitimação institucional das associações, o que pode precipitar um movimento independente, com velhas  e novas lideranças  que estão se preparando para o que todos desconfiam: a submissão e a subserviência aos apelos e benesses acordados em reuniões a porta fechadas, já que o movimento convocado, mas se assemelha a uma ação política orquestrada para calar recalcitrantes e agradar os incautos e desavisados.

Há somente uma fórmula para garantir que marchemos juntos na luta pela valorização profissional, liberdade para expressar e opinar, respeito aos direitos associativos, isenção e imparcialidade nas informações e transparência no processo de negociação salarial, senão seremos obrigados a denunciar qualquer esquema que contrarie os interesses dos policiais e bombeiros militares de Minas Gerais, que não toleram mais serem tratados como marionetes, no que consideram ser inaceitável por parte do governo, comando e entidades de classe.

Pelo que estamos presenciando, a evolução do movimento é um processo gradativo e natural, e os policiais e bombeiros militares não ficarão passivos esperando a "generosidade" e a boa vontade para serem urgentemente valorizados e reconhecidos.

O governo está pagando para ver, só esperamos que esteja preparado para pagar a fatura, por quê a responsabilidade por qualquer fato ou ato que fuja o controle e a normalidade e comprometa a segurança dos mineiros será exclusiva e unicamente sua. 

* Presidente da Associação Cidadania e Dignidade, bacharel em direito e fundador  do blog política cidadania e dignidade.





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