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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Pesquisa mostra que 45 por cento dos brasileiros não têm hábito de leitura

Um contingente de 77 milhões de brasileiros, o que corresponde a 45% da população do país, não têm o costume de ler. Essa é apenas uma das constatações da pesquisa "Retratos da Leitura no Brasil", realizada pelo Ibope Inteligência, sob encomenda do Instituto Pró-Livro. A publicação que contêm o estudo, realizado entre novembro e dezembro de 2007, em 311 municípios, foi lançada na 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, acompanhado de artigos de especialistas e gráficos com os principais resultados.


No levantamento, foram considerados não-leitores os entrevistados acima de 5 anos que não leram nenhum livro nos três meses anteriores à pesquisa. Um outro dado que acompanha o baixo índice de leitura de boa parte dos brasileiros é que a maioria da população diz preferir assistir televisão em seu tempo livre. A leitura aparece apenas como a quinta opção mais citada, atrás de hábitos como ouvir música e descansar. A pesquisa traz ainda um perfil da população que não tem o costume de ler: geralmente ela compõe a base da pirâmide social, com renda familiar menor, além de ser mais velha e ter baixa escolaridade.

Quando questionados por que não lêem, os entrevistados responderam: falta de tempo (29%), não gostar de ler (27%), preferir outras atividades (16%), não ter dinheiro (7%), falta de bibliotecas por perto (4%) e não ter onde comprar (2%). "O que mais pesa nos baixos índices de leitura é o desinteresse. Mesmo quando se fala na falta de acesso aos materiais de leitura, isso parece ser mais uma forma de justificar não ir à biblioteca do que uma dificuldade de fato. Se houvesse maior estímulo à leitura, acho que as pessoas encontrariam uma forma de ter o acesso", explica Zoara Failla, gerente executiva de projetos do Instituto Pró-Livro e membro da comissão de trabalho da pesquisa.

O estudo também mostrou que muitos têm dificuldades para ler, possivelmente devido a falhas no processo de formação das habilidades de leitura. Sobre suas limitações para a leitura os entrevistados responderam que lêem muito devagar (16%), não têm paciência (11%), não compreendem a maior parte do que lêem (7%), não têm concentração (7%). "Existe um grave problema de letramento. Quem tem dificuldade para ler dificilmente vai ser cativado para a leitura", diz Zoara.

Jovens lêem mais

Apesar do baixo índice de leitura, o levantamento aponta que houve uma melhora em relação à última pesquisa realizada em 2000. Se antes a população acima de 15 anos lia 1,8 livros por ano, em 2007 essa taxa subiu para 3,7. Ao incluir a população acima de 5 anos nessa nova pesquisa (o que não foi apurado no estudo de 2000), o índice alcança 4,7 livros por ano.

Os leitores de livros no Brasil representam 95,6 milhões de pessoas, o que corresponde a 55% da população, de acordo com o levantamento. Enquadram-se nesse perfil aqueles que responderam ter lido pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. Além do índice de leitura crescer conforme a renda e a escolaridade, a pesquisa mostra que jovens e crianças são os que mais lêem. Se a média nacional de leitura entre a população acima de 5 anos é de 4,7 livros por ano, entre os estudantes dos ensinos fundamental e médio o índice sobe para 7,2. Já o público de 11 a 13 anos chega a ler 8,6 livros por ano.

Contudo, o estudo revela que a leitura está fortemente ligada à escola e às obras didáticas. Dos 4,7 livros lidos anualmente, 3,4 são exemplares indicados pela escola e apenas 1,3 livros referem-se à leitura espontânea, fora do colégio. "O baixo número de obras lidas por vontade própria mostra que o jovem não lê por prazer, mas sim por obrigação. Seria fundamental se as escolas desenvolvessem projetos de leitura que fossem mais lúdicos e agradáveis, que encarassem os livros como obra de arte", sugere Zoara.

Influência e acesso

O estudo também mostra que, ao lado da escola, a família forma um dos pilares para a formação dos leitores. A mãe é citada como a pessoa que mais influenciou os leitores a ler (49%), número que sobe ainda mais quando a pergunta é feita apenas às crianças (73%). Em seguida vem a professora com 33%. A pesquisa também aponta como um ambiente familiar que não incentiva os filhos a ler pode influenciar no hábito de leitura das crianças. De acordo com o estudo, 85% dos não-leitores nunca foram presenteados com livros na infância. Além disso, 63% deles nunca ou quase nunca viam seus pais lendo em casa. "Se excluirmos a família do processo de formação de leitores, criaremos um círculo vicioso, repetindo-se nas gerações futuras a falta de leitura presente na geração anterior", alerta Zoara.

No que diz respeito ao acesso aos livros, embora 90% dos municípios brasileiros tenham pelo menos uma biblioteca, 20% dos entrevistados afirmaram não existir uma biblioteca por perto e outros 13% disseram não saber. E, apesar de 67% da população conhecer alguma biblioteca por perto, apenas 27% fazem uso dela. Ou seja, três em cada quatro brasileiros não freqüentam esses espaços. Uma outra forma de ter acesso aos livros seria por meio da compra. Nesse quesito, o brasileiro também continua adquirindo muito pouco: 1,2 livro por ano, sendo que somente 21% da população comprou pelo menos um livro no período de um ano.

Com a o lançamento da publicação, Zoara espera que o estudo ajude não só traçar o perfil dos leitores e não-leitores brasileiros como também a abastecer os governantes com informações que possibilitem o desenvolvimento de estratégias para reverter o atual cenário. "Nosso objetivo é levar a pesquisa para os órgãos municipais e facilitar a leitura dos resultados para orientar as políticas públicas. Felizmente, o estudo tem sido muito debatido pelos representantes do governo."

O estudo encontra-se disponível em nossa Biblioteca Digital. Clique aqui para acessar a pesquisa completa.

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