Quem diria!?
Paulo Henrique Amorim, que se mostra um lulo-petista mais ortodoxo do que caixinha de Maizena (para lembrar Luis Fernando Verissimo, um “autêntico”), participou ativamente do livro de Romeu Tuma Jr., intitulado “Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado”. O delegado acusa o governo petista de montar uma máquina para fabricar e esquentar dossiês contra adversários. O autor chega a agradecer a colaboração de Amorim e Mino Carta…
Acreditem, meus caros! Eu realmente não leio o que escrevem aqueles que se dizem “blogueiros progressistas” e afins. Vejam o quanto produzo e em quais frentes. Não tenho tempo a perder. Mas, é claro, fico sabendo, de vez em quando, de uma coisa ou outra.
Leitores enviaram comentários para o blog afirmando que Amorim acusou Tuma Jr. de mentiroso. Pois é… Liguei para o delegado. “Paulo Henrique Amorim diz não ter nada a ver com o livro. Acho que ele ficou com receio da reação dos petistas. Afinal, a Caixa Econômica Federal é anunciante lá no blog dele…”
— Como não tem nada a ver? Eu comecei a fazer o livro com ele.
— Mas ele já era um defensor fanático do PT, com anúncio da Caixa Econômica Federal?
— Já!
— E por que ele está dizendo isso agora?
— Sei lá. Foi ele quem fez o primeiro roteiro do livro pra mim.
— O roteiro?
— É.
— Sugeriu os casos também sobre os quais o senhor deveria escrever?
— Tudo!
— No seu livro, o Gilberto Carvalho não se sai nada bem no caso Celso Daniel.
— Foi sugestão dele. Recomendou que eu falasse do Greenhalgh também…
— É mesmo?
— Sugeriu que eu demonstrasse o real papel do Zé Dirceu no caso Daniel Dantas; do Tarso Genro…
— Que coisa! E por que pulou fora depois?
— Sei lá. Acho que ficou com medo de perder o patrocínio da Caixa e a fama de amiguinho do governo.
— O senhor tem provas disso?
— Tenho o e-mail que ele me mandou com o roteiro.
— O senhor pode me passar?
— Claro que eu posso. Só que você apaga os endereços porque eu tenho ética.
— Apago.
— Como não tem nada a ver? Eu comecei a fazer o livro com ele.
— Mas ele já era um defensor fanático do PT, com anúncio da Caixa Econômica Federal?
— Já!
— E por que ele está dizendo isso agora?
— Sei lá. Foi ele quem fez o primeiro roteiro do livro pra mim.
— O roteiro?
— É.
— Sugeriu os casos também sobre os quais o senhor deveria escrever?
— Tudo!
— No seu livro, o Gilberto Carvalho não se sai nada bem no caso Celso Daniel.
— Foi sugestão dele. Recomendou que eu falasse do Greenhalgh também…
— É mesmo?
— Sugeriu que eu demonstrasse o real papel do Zé Dirceu no caso Daniel Dantas; do Tarso Genro…
— Que coisa! E por que pulou fora depois?
— Sei lá. Acho que ficou com medo de perder o patrocínio da Caixa e a fama de amiguinho do governo.
— O senhor tem provas disso?
— Tenho o e-mail que ele me mandou com o roteiro.
— O senhor pode me passar?
— Claro que eu posso. Só que você apaga os endereços porque eu tenho ética.
— Apago.
Segue o e-mail. Volto em seguida.
Encerro
Na campanha eleitoral de 1998, Paulo Henrique Amorim comandava reportagens que acusavam Lula de pesadas irregularidades na compra de seu apartamento de cobertura em São Bernardo. Para ler mais a respeito, clique aqui. Lula ganhou até direito de resposta, como se vê no vídeo abaixo.
Na campanha eleitoral de 1998, Paulo Henrique Amorim comandava reportagens que acusavam Lula de pesadas irregularidades na compra de seu apartamento de cobertura em São Bernardo. Para ler mais a respeito, clique aqui. Lula ganhou até direito de resposta, como se vê no vídeo abaixo.
Amorim não gostava nada do petismo. Depois virou um lulo-petista fanático, mais precisamente, a partir de 2003. Deve ter tido seus motivos. Em 1998, Lula era da oposição. Em 2003, virou governo.
E por que ele próprio sugeriu, quando já era um “blogueiro progressista”, um roteiro que pode ferrar com a vida de muito petista graúdo caso se faça uma investigação a sério das denúncias que lá estão?
Sei lá… Tenho uma hipótese: quanto mais denúncias houver contra petistas, mais necessários se tornam os blogueiros que os defendem, entenderam? É uma espécie de lei de mercado. Deve crescer a demanda por seu “trabalho”, o que valoriza a mão de obra… Essa é, reitero, apenas uma hipótese. A outra já diz respeito a coisas como caráter, convicção, fidelidade, lealdade etc. Aí cada um faça o seu próprio juízo. Os leitores de Amorim, havendo quem o leia, devem ficar numa crise existencial terrível: confiam no blogueiro que leem ou naquele que fez um roteiro para Romeu Tuma Jr.?
Por Reinaldo Azevedo
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