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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Julgamento de chacina é adiado novamente


Deputados da ALMG manifestaram revolta diante de novo adiamento de julgamento de mandantes da Chacina de Unaí.

Em janeiro de 2004, três auditores fiscais e o motorista que os acompanhava foram mortos em uma emboscada durante operação de rotina em Unaí
Em janeiro de 2004, três auditores fiscais e o motorista que os acompanhava foram mortos em uma emboscada durante operação de rotina em Unaí - Foto: Clarissa Barçante
Representantes da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) estiveram, na manhã desta quinta-feira (22/10/15), na Justiça Federal para assistir ao julgamento do crime que ficou conhecido como Chacina de Unaí (Noroeste de Minas). O julgamento recomeçaria nesta quinta (22), quase 12 anos depois do crime, mas foi novamente adiado. A comissão acompanha o caso desde o início.
No dia 28 de janeiro de 2004, três auditores fiscais do Trabalho e o motorista que os acompanhava foram mortos em uma emboscada durante operação de rotina em Unaí. Em julho de 2004, nove pessoas, entre mandantes, intermediários e executores, foram indiciados. Três dos executores foram condenados em 2013 a penas que variavam entre 56 e 94 anos. Quanto aos quatro mandantes, que seriam julgados nesta quinta (22), os adiamentos sucessivos das suas sessões se deram com a utilização de 25 recursos ao longo dos anos.
Desta vez, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, que representa o fazendeiro Norberto Mânica, pediu novo adiamento por não ter tido acesso a novas informações que teriam sido juntadas ao processo na última segunda-feira (19). Essas novas informações estariam relacionadas à delação premiada feita por um dos réus, o empresário Hugo Pimenta. Segundo seu advogado, Lúcio Adolfo, a nova delação foi apenas uma confirmação do que já havia sido dito, sem novas informações.
O juiz aceitou o pedido de adiamento e, por isso, o julgamento de Norberto e José Alberto Costa foi remarcado para a próxima terça-feira (27). Os outros réus devem ser julgados no mês que vem.
Os réus – Os acusados de mandantes do crime são empresários e políticos da região de Unaí. Antério Mânica, considerado o maior produtor de feijão do País, foi duas vezes prefeito do município depois de ter sido indiciado pelo crime. Seu processo foi separado dos demais devido ao foro privilegiado obtido com as eleições.
O irmão dele, Norberto, também é acusado e seria julgado nesta quinta (22) ao lado dos empresários José Alberto Costa e Hugo Pimenta. Esse último aceitou o acordo de delação premiada e, por isso, sua pena deverá ser reduzida em dois terços.
Autoridades cobram julgamento
"Esperamos que as condenações sejam superiores a 200 anos de prisão”, disse Durval Ângelo
"Esperamos que as condenações sejam superiores a 200 anos de prisão”, disse Durval Ângelo - Foto: Clarissa Barçante
“Foi um crime bárbaro em si e um ato terrorista contra o Estado, já que seu intuito era inibir a ação fiscalizadora. Esperamos que as condenações sejam superiores a 200 anos de prisão”, disse o deputado Durval Ângelo (PT).
O deputado Rogério Correia (PT), por sua vez, lembrou que é preciso garantir não só a pena, mas também seu cumprimento. “Os acusados da Chacina de Felizburgo já foram condenados a mais de 100 anos de prisão e estão soltos até hoje, em função de um Habeas Corpus. Não podemos permitir isso”, disse.
O secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, também esteve presente na Justiça Federal. Ele lembrou que, à época do crime, era ministro de Direitos Humanos e foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local. “Os corpos ainda estavam lá, foi chocante. Mataram pessoas sem nem saber seus nomes, é um absurdo não terem sido julgados até hoje”, lamentou. Ele afirmou, ainda, a importância de se julgar os mandantes dos crimes, não apenas seus executores.

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