Tortura
Laudos do IML constataram que suspeito de assalto teria levado choques nos genitais, além de apresentar escoriações pelo corpo
por Revista Fórum — publicado 21/10/2015 11h27, última modificação 21/10/2015 12h39
Edison Temoteo/Futura Press/Folhapress
Grupo de policiais militares protestaram contra a prisão de um sargento da PM por tortura e ameaçaram o delegado em frente à delegacia
O sargento da Polícia Militar Charles Otaga foi preso nesta terça-feira 20 em uma delegacia de Itaquera, zona leste de São Paulo, acusado de torturar um suspeito de roubo. O episódio fez com que diversos policiais militares se mobilizassem em frente à delegacia à noite, protestanto contra a prisão do colega.
O delegado do 103º DP, Raphael Zanon, autuou tanto o jovem, acusado de assaltar 60 reais com uma arma de brinquedo, quanto o policial por tortura. Laudos do Instituto Médico Legal atestam que o suspeito Afonso Carvalho Trudes teria sido agredido com choques no pênis, bolsa escrotal, pescoço e na perna. Ele teria ainda machucados na região da costela e lesões na nádega esquerda e nas coxas.
Zanon chegou a deter três PMs por conta do episódio, mas, após prestarem depoimento, um soldado e um cabo foram liberados. O sargento Charles Otaga permaneceu detido e foi transferido na madrugada desta quarta 21 para o presídio Romão Gomes. Ele deixou a delegacia sob aplausos de policiais militares que se organizaram, por meio das redes sociais, para ficarem em frente à delegacia em apoio a ele.
Fernando Pittner, advogado do sargento Charles Otaga, argumentou que as escoriações de Trudes seriam decorrência do fato de ele ter sido colocado em uma viatura junto com a bicicleta que usava. O cerco ao local fez com que o delegado Raphael Zanon deixasse a delegacia sob escolta durante a madrugada.
O deputado estadual Coronel Telhada (PSDB) criticou o delegado e disse que irá tomar providências, pois "se todo delegado tiver esta atitude acho que acabou a polícia", disse à Folha de S. Paulo. Outro deputado paulista da bancada da bala, o Delegado Olim (PP), defendeu a prisão do sargento e do jovem e disse que a lei foi cumprida.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, responsável pelas polícias militar e civil, diz que está apurando o caso.
Com informações da Folha de S. Paulo e G1
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