Associações deixam a desejar na mobilização da assembléia geral unificada

É estranho e preocupante, o desinteresse e a notória inexistência de recursos e meios alocados pelas associações, para divulgação da assembléia geral unificada, que de acordo com o calendário se aproxima da data marcada, 14 de abril, às 14 horas no ginásio coberto do Clube dos Oficiais da Polícia Militar - COPM.

Assim como transcreveram no panfleto que por sinal está sendo muito mal distribuído entre policiais e bombeiros militares, de que "não adianta somente mobilização virtual", é necessário afirmar também  que se somente publicar o edital de convocação da assembléia e reunir-se a portas fechadas, sem se quer dar publicidade as atas destas reuniões, para que todos possam acompanhar cada passo dos dirigentes das entidades de classe, não é a melhor estratégia para mobilização.

No dia  06 de Abril, houve a passagem do comando da Academia de Polícia Militar - APM -, e para surpresa dos presentes, nenhum diretor ou funcionário das associações estava presente, se estava não vimos nenhum panfleto alusivo a assembléia geral ser distribuído para o público presente, já que haviam representações de todas as unidades de Belo Horizonte e Região Metropolitana.

Como explicar tal omissão e falta de compromisso com a assembléia geral, a não ser se tivermos sendo enganados e manipulados para atender interesses contrários a reivindicação salarial, como acordos celebrados durante o período da eleição passada, entre o governo e quem sabe algum grupo ou pessoas destes grupos para atender pretensões políticas, o que arguímos somente para despertar os policiais e bombeiros militares, de que é nos bastidores do poder que tudo acontece.

Quero acreditar que todas as entidades de classe estejam realmente imbuídas de seu papel e de suas atribuições, entre as quais a de dispor de todos os meios possíveis para mobilizar a todos, para estarem presentes na assembléia geral, que se constituirá em um novo marco de luta pela valorização profissional, porque assim exige o momento, para que a construção da proposta de reajuste salarial atenda aos anseios de valorização da profissão de uma vida digna, segura e de qualidade.

Todo empenho para garantir a presença na assembléia geral é válido e indispensável, e o policial e bombeiro militar deve assim proceder para exercitar seu direito, não deixando para terceiros decidirem sobre sua valorização profissional e sua cidadania, porque participar de discussões sobre reivindicação salarial e outras é um dever de cada um.

Há um sentimento quase unânime de que as associações não estão cumprindo sua finalidade e obrigação, e neste momento o que mais está em evidência é a desconfiança e sensação de que a relação associativa vem gradativamente sendo enfraquecida e degradada, tornando os associados nada menos que simples contribuintes de mensalidades.

As associações são importantes para o exercício da representação de classe, mas não adianta dizer que está representando, como já dizia o filósofo: "Não adianta a mulher de César ser honesta, tem que parecer honesta", assim não adianta representar, tem que parecer que representa.

Os que assumem ou assumiram compromisso com o interesse da classe, não são vistos como parceiros, mas como ameaça e são paulatinamente alijados do processo, pois os que incomodam e não fazem acordos, não se  submetem a vontade do governo e do comando, são consideradas "persona non grata em sua órbita de ação política" e isto muitas vezes por razões de interesses antagônicos e conflitantes, por não se constituir em item da pauta da agenda entre Governo e Comando, como política de investimento na valorização profissional dos policiais e bombeiros militares, com reflexos negativos e imediatos na segurança pública.

Mas a luta não pode paralisar, devemos, podemos e teremos que estar presentes na assembléia geral, até para influenciar nos rumos da luta e do movimento, pois caso isto não aconteça, vencerá os que não querem se indispor com as autoridades do estado, para que o reajuste fique exatamente nos índices que forem discutidos a portas fechadas, tratando a assembléia como um palco de idiotas e analfabetos políticos.

Estamos e vamos estar firmes e alinhados aos que se postarem na defesa da valorização da classe, mas não seremos marionetes ou instrumento para ludibriar e manipular os homens e mulheres que se sacrificam todos os dias para levar segurança a sociedade mineira.

Postado: administrador do blog