Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A prisão de "Nem" e a pergunta: Qual o modelo de polícia queremos?

Por Marcelo Anastácio - Blog No Q.A.P

 Involuntariamente os últimos acontecimentos no Rio de Janeiro envolvendo a incursão de policiais na favela da Rocinha, nos remetem a muitos questionamentos, que por vezes podem passar despercebidos diante do "espetáculo" que a mídia dá a prisão de um criminoso. São realmente cenas cinematográficas, com figurantes,  luzes, câmeras...ação!
          
    Se voltarmos um pouco até a morte recente do repórter da Band, que morreu justamente por estar no front; local em que não deveria estar ninguém que não fosse policial, que assim sendo estaria armado, equipado, em tese, com todas as indumentárias inerentes. Mas, a concorrência pela audiência alvejou mais uma vítima. 

          Trazendo "as câmeras para a prisão do traficante "Nem", vemos que essa exposição durante a operação, e logo após na prisão desse criminoso, raramente acontece nos cursos de formação de policiais militares e civis ou dos bombeiros. E nas pouquíssimas vezes em que alguma emissora filma um treinamento, tudo é maquiado, disfarçado, (devem passar até perfume), pra ficar bem bonitinho, e que tudo saia perfeito.

              Antes da prisão de "Nem", propriamente dito, mais cedo a polícia federal fez um excelente trabalho, ao se antecipar aos policiais civis e militares que vergonhosamente escoltavam dois traficantes foragidos da Rocinha. Os criminosos disfarçados de policiais foram exemplarmente presos e igualmente expostos na mídia como troféus, verdadeiros achados, como se fosse pérolas encontradas no mar de gente. 
           
         Diante da dicotomia do termo controle social, pelas mídias em geral, chegamos a encruzilhada inevitável: qual o modelo de polícia queremos? E a palavra polícia pode ser substituída por sociedade, justiça, mídia, política, país, nação. Afinal, queremos o país do jeitinho ou do efetivo funcionamento dos órgãos de controle? A lei deve valer apenas quando for atingir o outro, ou tem que ser cega de fato? Ela é cega? A mídia tem que denunciar só o fato consumado, ou deveria participar dos cursos de formação, acompanhar a formação de um policial? Pois só acompanhando o dia-a-dia é que se evitaria o assédio moral, o abuso, ou se constataria a falta de condições pela falta de equipamentos por exemplo. Mas, será que algum grande grupo de comunicação teria coragem para fazer isso, quando os maiores patrocinadores dessas emissoras, ultimamente têm sido o próprio governo? Somos  o país do flash, mas, o "filme continua queimado". 
       Qual o modelo de polícia queremos, com profissional valorizado, bem remunerado ou ganhando mal, sujeito a cooptação pelo tráfico, se valendo da farda e prerrogativas que o próprio cidadão lhe dá, através do estado??? 

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