Divisa entre aglomerado e prédios de luxo, Avenida Nossa Senhora do Carmo é um dos pontos críticos da região centro-sul da capital |
Quinhentas mil pessoas distribuídas por 52 bairros, entre eles alguns dos mais nobres de Belo Horizonte; milhares de pontos de comércio e serviços; 700 policiais militares, 112 viaturas e dezenas de corredores de trânsito onde a ação de criminosos desafia o planejamento das autoridades responsáveis pela segurança pública em Belo Horizonte. É o retrato da área da Zona Sul cujo patrulhamento está a cargo do 22º Batalhão da PM, responsável por bairros como Mangabeiras, Anchieta, Sion, São Bento e Santa Lúcia, onde, além de moradias de alto padrão, há também intenso movimento comercial.
Exatamente por isso, trabalho de geoprocessamento feito pela própria Polícia Militar mostra que transitar por algumas das principais ruas e avenidas da Região Centro-Sul de BH, especialmente entre as 15h e as 21h, significa estar exposto a risco. Principalmente falando ao celular. O levantamento feito pelo 22º BPM se baseia no endereço das ocorrências, número de queixas e categoria de crimes cometidos, indicando as chamadas zonas quentes de criminalidade de cada uma das companhias independentes da área. São pontos em que o cidadão é mais vulnerável a furtos e roubos, delitos que correspondem a 70% dos casos registrados na pesquisa que serve para direcionar as ações da corporação.
O comandante do 22º BPM, coronel José Francisco Filho, informa que o geoprocessamento é a principal ferramenta com que a corporação conta para combater a criminalidade. “A partir do momento em que alguém telefona para o 190 e registra um delito, o crime cai na estatística da PM e vamos conseguir mensurar e localizar dia e hora em que está acontecendo aquele fato na região”, disse o coronel. Qualquer tipo de crime é subdividido por categoria, em um mapa da criminalidade. Por isso, afirma ele, a importância do registro do boletim de ocorrência pelas vítimas, o que facilita o direcionamento do reforço policial.
Os números dos levantamentos confirmam, segundo o coronel, que os homicídios estão sob controle na Centro-Sul, sobretudo nos aglomerados, e a maior preocupação hoje do batalhão são os roubos a pedestres, principais alvos dos ladrões. Para o oficial, muitas vezes as próprias vítimas facilitam a ação dos criminosos. “Usando um celular em local inadequado, a pessoa se transforma em alvo fácil para que o marginal ataque e depois venda o aparelho por uma ninharia, R$ 10, R$ 20, para comprar uma pedra de crack”, revelou.
A população deve redobrar o cuidado, principalmente nos grandes corredores de tráfego, admite o coronel. Ele cita as avenidas Amazonas, Prudente de Morais e Contorno, que concentram maior número de crimes em decorrência da grande quantidade de pessoas circulando. Alerta também para os motoristas que param em sinais da Raja Gabaglia, principalmente no período noturno. “Geralmente, os sinais estão vazios, com poucos carros, e o motorista deve diminuir a velocidade e observar antes de parar”, aconselha.
Quarteirões vulneráveis Na área de influência do 22º Batalhão, a Avenida Nossa Senhora do Carmo merece atenção e cuidado especiais, por ser a via que registra o maior número de roubos em toda a área atendida pela 127ª Companhia da PM. Foi o que comprovou, da pior maneira possível, o advogado Marcos Ayres, de 49 anos. No fim de março, depois de descer de um ônibus no Bairro Sion e caminhar em direção à Rua Nicarágua, foi surpreendido por dois homens, quase na porta de seu prédio, na Rua Patagônia. “Um correu na minha frente com a mão sob a camisa e o outro veio por trás, gritando para entregar tudo. Levaram meu celular e o dinheiro da carteira. Pelo menos as perdas foram só materiais. Mas poderia ter sido muito pior”, diz o advogado. A vulnerabilidade da avenida em que ele foi atacado se deve, segundo a PM, à proximidade com o Morro do Papagaio, de onde sai a maioria dos criminosos que agem na região, informa a polícia.
Exatamente por isso, trabalho de geoprocessamento feito pela própria Polícia Militar mostra que transitar por algumas das principais ruas e avenidas da Região Centro-Sul de BH, especialmente entre as 15h e as 21h, significa estar exposto a risco. Principalmente falando ao celular. O levantamento feito pelo 22º BPM se baseia no endereço das ocorrências, número de queixas e categoria de crimes cometidos, indicando as chamadas zonas quentes de criminalidade de cada uma das companhias independentes da área. São pontos em que o cidadão é mais vulnerável a furtos e roubos, delitos que correspondem a 70% dos casos registrados na pesquisa que serve para direcionar as ações da corporação.
O comandante do 22º BPM, coronel José Francisco Filho, informa que o geoprocessamento é a principal ferramenta com que a corporação conta para combater a criminalidade. “A partir do momento em que alguém telefona para o 190 e registra um delito, o crime cai na estatística da PM e vamos conseguir mensurar e localizar dia e hora em que está acontecendo aquele fato na região”, disse o coronel. Qualquer tipo de crime é subdividido por categoria, em um mapa da criminalidade. Por isso, afirma ele, a importância do registro do boletim de ocorrência pelas vítimas, o que facilita o direcionamento do reforço policial.
Os números dos levantamentos confirmam, segundo o coronel, que os homicídios estão sob controle na Centro-Sul, sobretudo nos aglomerados, e a maior preocupação hoje do batalhão são os roubos a pedestres, principais alvos dos ladrões. Para o oficial, muitas vezes as próprias vítimas facilitam a ação dos criminosos. “Usando um celular em local inadequado, a pessoa se transforma em alvo fácil para que o marginal ataque e depois venda o aparelho por uma ninharia, R$ 10, R$ 20, para comprar uma pedra de crack”, revelou.
A população deve redobrar o cuidado, principalmente nos grandes corredores de tráfego, admite o coronel. Ele cita as avenidas Amazonas, Prudente de Morais e Contorno, que concentram maior número de crimes em decorrência da grande quantidade de pessoas circulando. Alerta também para os motoristas que param em sinais da Raja Gabaglia, principalmente no período noturno. “Geralmente, os sinais estão vazios, com poucos carros, e o motorista deve diminuir a velocidade e observar antes de parar”, aconselha.
Quarteirões vulneráveis Na área de influência do 22º Batalhão, a Avenida Nossa Senhora do Carmo merece atenção e cuidado especiais, por ser a via que registra o maior número de roubos em toda a área atendida pela 127ª Companhia da PM. Foi o que comprovou, da pior maneira possível, o advogado Marcos Ayres, de 49 anos. No fim de março, depois de descer de um ônibus no Bairro Sion e caminhar em direção à Rua Nicarágua, foi surpreendido por dois homens, quase na porta de seu prédio, na Rua Patagônia. “Um correu na minha frente com a mão sob a camisa e o outro veio por trás, gritando para entregar tudo. Levaram meu celular e o dinheiro da carteira. Pelo menos as perdas foram só materiais. Mas poderia ter sido muito pior”, diz o advogado. A vulnerabilidade da avenida em que ele foi atacado se deve, segundo a PM, à proximidade com o Morro do Papagaio, de onde sai a maioria dos criminosos que agem na região, informa a polícia.
O sargento Marcelo Cosme, da 127ª Companhia, garante que houve redução nos furtos e roubos na região mais vulnerável da avenida, graças à maior presença da PM. Apesar de a corporação não divulgar números apenas da Nossa Senhora do Carmo, a quantidade de boletins de ocorrência por todos os tipos de delito caiu na área da companhia. De janeiro a 23 de abril deste ano, foram 2.796 registros, queda de 6% com relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 2.978 registros.
Mas o número de crimes violentos é maior do que o ano passado. Foram 308 ocorrências até 23 de abril, contra 296 do mesmo período em 2011. Segundo o comandante da 127ª, major Wallace Brandão, o policiamento foi reforçado em horários e pontos com maiores índices de ataques. Recentemente, afirma o major, com a criação do Projeto Polícia e Família, no Aglomerado do Cafezal, na Serra, houve migração dos roubos para o Sion, devido à proximidade com o Morro do Papagaio, atendido por outra unidade da PM, a 124ª, do Bairro São Pedro.
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