Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Só agora?


O Ministério Público Federal resolveu processar Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra e o delegado aposentado Dirceu Gravina, por supostas torturas e desaparecimento de pessoas que militavam nos anos 70 em grupos de esquerda aqui no Brasil.
Uma pergunta me intriga, porque somente 40 anos depois? Nos anos 70 na época da ditadura militar já não existia o Ministério Público? A Instituição desconhecia o que todos sabiam.
E quando os guerrilheiros iam depor em juízo e diziam que tinham sido torturados? O que fazia o Ministério Público? Nada. Absolutamente nada. Limitava-se a denunciá-los por crimes contra o estado.
Quando foram criadas as famigeradas comissões gerais de inquérito, sempre existia um promotor que dela participava.
da mesma maneira o Judiciário fazia de conta que nada sabia, quando as pessoas diziam ter sofrido violências, normalmente os Promotores e Juizes diziam que isso era conversa de preso.
Quando o Frei Tito estava internado no hospital do exército foi visitado por um Juiz auditor que lhe garantiu que não sofreria mais torturas, nem seria reconduzido ao DOI-CODI, na mesma noite foi de lá retirado e levado de volta ao DOI-CODI.
Será que o Magistrado desconhecia isso? E o Ministério Público?  Ninguém sabia de absolutamente nada. Só vieram a descobrir 40 anos depois quando vivemos em plenitude democrática e as Forças Armadas bem como a Polícia são a bola da vez.
De que adianta ser votada e aprovada uma Lei de Anistia? De que adianta o Supremo Tribunal Federal manifestar-se dizendo que a Lei de anistia é válida se o Ministério Público não a reconhece e não obedece a norma ditada pela mais alta Corte desse país.
Ora, não sejamos sínicos, o Ministério Público e o Poder Judiciário omitiram-se vergonhosa e criminosamente na época do regime militar. Salvo raras e honrosas exceções as duas Instituições eram de uma docilidade brutal para com o regime vigente.
As coisas mudaram, hoje é muito fácil atacar-se tanto a Polícia quanto as Forças Armadas, gostaria sinceramente de ter visto tal denodo dos valorosos Promotores na época mais brutal da repreensão.
O Ministério Público também irá denunciar aqueles que mataram a Mario Kozel Filho ao Tenente Alberto Mendes Junior, ao delegado que foi assassinado com tiros de calibre .12 na praia de Copacabana e que até bem pouco tempo sua fotografia estava em todas as Delegacias de Policia? Por que se existe a necessidade de se punir os Órgãos do Estado que participaram do regime militar também há que se apurar e punir aqueles que do outro lado também mataram, roubaram e desgraçaram famílias.
Mas não se iludam, as coisas não mudaram tanto. Com certeza quando os processos dos Delegados Guerra, Frederico, Carlos e Bibiano chegarem aos Tribunais, certamente o Ministério Público se manifestará contra seja lá o que for! Pois afinal de contas, são meros  policiais.
Não sou advogado mas também não sou estúpido, tentar hoje punir pessoas com mais de 70 anos por fatos acontecidos ha 40 anos é tentar simplesmente um golpe midiático. Pois certamente nenhuma dessas ações prosperará, afinal o Supremo Tribunal Federal, ultima instância judiciária deste país já se manifestou.
Gostaria que os Promotores de justiça tivessem o mesmo denodo na defesa dos policiais e da população que é diariamente injustiçada, não tendo saúde, educação e segurança pública. Esforços midiáticos não levam a nada.  Apenas ao descrédito das instituições.
Tenho muita pena de um país que não cumpre com o que foi acordado e digo isso pois a Lei de Anistia veio colocar um manto sobre tudo o que aconteceu. E se tirarmos esse manto poderemos  ter surpresas absolutamente desagradáveis, porque o bandido pode virar mocinho e o mocinho virar bandido.
João Alkimin
João Alkimin

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