Levantamento informa que crime gera receita de US$ 2,1 trilhão em todo o mundo. O número equivale a 3,6% do PIB do planeta, segundo as Nações Unidas.
Por Raphael Prado
O crime organizado é uma das maiores economias do mundo e, se fosse um país, estaria entre as 20 principais potências globais. A conclusão é de um estudo inédito da UNODC, o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime. Feito em parceria com o Banco Mundial e com base em dados de 2009, não há valores anteriores para que se faça comparação sobre o aumento ou diminuição desse valor.
De acordo com Yury Fedotov, diretor-geral do UNODC, o crime organizado é um dos maiores entraves ao cumprimento dos Objetivos do Milênio. "Esses crimes impactam todas as economias, de todos os países, mas são particularmente devastadores em países mais frágeis e vulneráveis", disse Fedotov nesta segunda-feira (23), durante discurso nas Nações Unidas.
O estudo também cita a corrupção em países em desenvolvimento como um entrave ao desenvolvimento social das regiões. "Estima-se que mais de US$ 40 bilhões seja perdido para a corrupção nos países em desenvolvimento", disse o diretor.
Outro dado vergonhoso está na manutenção dos direitos humanos dos cidadãos. "De acordo com alguns levantamentos, neste momento, 2,4 milhões de pessoas sofrem a miséria do tráfico de seres humanos, um vergonhoso crime de escravidão moderna", afirmou.
A ONU iniciou nesta segunda (23) a 21ª Sessão da Comissão de Prevenção de Crimes e Justiça Criminal para discutir o crime organizado no século 21. O chefe de gabinete do Presidente da Assembleia Geral, Mutlaq Al-Qahtani, disse em carta endereçada aos participantes da sessão que "quando somados, os tipos de crime organizado geram enormes lucros anualmente: não em milhões, não em bilhões, mas em trilhões de dólares".
Participam da sessão na ONU, em Nova York, cerca de 800 pessoas, de 111 países e 38 organizações não-governamentais. O tema principal é a violência contra migrantes, trabalhadores migrantes e suas famílias. Mas a reunião, que dura toda a semana, também discutirá a presença dos governos na segurança privada dos cidadãos, a ação de piratas marítimos, o tratamento de presos, entre outras questões.
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