CE: Empréstimos consignados: Empresário dá uma outra versão
Ele está no centro de toda a discussão sobre os consignados, pois foi quem denunciou existir privilégio para a Promus
Diretor presidente da empresa Bom Crédito
Locação de Veículos Ltda, Augusto Borges Júnior, contesta a entrevista
concedida ao Diário do Nordeste, do também empresário Bruno Barbosa
Borges, diretor da ABC - Administradora de Cartões S/A, contratada pelo
Governo do Estado para gerenciar os empréstimos consignadores dos
servidores do Poder Executivo estadual.
Segundo informou a este jornal, como está
relatado na matéria publicada no último sábado sob o título "Empresa
contesta acusações e decide responder a ataques" em que afirma não ser a
Promus - Produtora de Crédito e Cobranças Extrajudiciais Ltda
beneficiada nos negócios dos consignados pelo fato de ele, como pessoa
física ser sócio dela, posto ser os bancos que mantêm relações com essas
empresas que são correspondentes. Para o presidente da Bom Crédito,
antes da contratação da ABC pelo Governo do Estado, através de processo
licitatório, em 2009, sua empresa operava normalmente com o Bradesco,
uma vez que é correspondente do banco aqui no Ceará. No entanto, após a
realização do contrato, a Promus passou a ter exclusividade no processo,
e além do mais, atua como se fosse a responsável pela intermediação com
o banco Bradesco.
Augusto Borges Júnior afirma que depois de
não ter aceito as condições impostas pela Promus, decidiu reclamar do
processo das transações, e com isso, teve o contrato rescindido em
setembro do ano passado. De acordo com ele, sua empresa, que é
correspondente do Bradesco, deixou de receber 14% de comissão na
realização de empréstimos (o que acontecia antes do contrato entre
Governo do Estado e ABC) para ficar com apenas 1,9%, enquanto a Promus,
devido a exclusividade, passou a receber 90% dos 19% (sobre o percentual
de juros cobrado pelo banco dos servidores) pagos a título de comissão
pela instituição bancária.
Exclusividade
No acordo firmado entre Bradesco e Promus,
em novembro de 2009, na cláusula 2.1 diz o seguinte: "A correspondente é
contratada pelo Banco, em caráter de exclusividade, comprometendo-se o
Banco a não contratar qualquer outra prestadora de serviços entre o
Banco e os servidores públicos ativos, inativos e pensionistas do Estado
do Ceará", o que vai de encontro, diz Augusto Borges, com o que afirmou
Bruno Barbosa Borges, ao Diário do Nordeste.
Em outro ponto do contrato, o Banco "se
compromete a não praticar taxas de juros ou quaisquer outras vantagens
que possam desestimular os servidores públicos a utilizar os serviços de
intermediação com a correspondente", o que na visão de Augusto, fica
claro os benefícios que a Promus passou a ter.
"Ele diz que não tem nada a ver, que não
interfere em nada, que tudo quem resolve é o banco, mas quem dita as
regras são eles. E nós fomos obrigados a assinar este contrato, se
quiséssemos participar", diz Augusto.
Fonte: Diário do Nordeste- 23.04.201
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seu comentário é sua opinião, que neste blog será respeitada