O Ministério Público investiga um suposto plano do tenente-coronel Marcelo Bastos Leal, preso nesta quarta-feira durante a operação Perigo Selvagem, para matar o ex-comandante da PM, coronel Erir Ribeiro por conta do aumento da repressão ao jogo do bicho durante sua gestão à frente do 2º Comando de Policiamento de Área (CPA). Segundo informação prestada à Ouvidoria do MP, citada na denúncia que pede a prisão preventiva do oficial, Leal, “à época major lotado na Diretoria Geral de Pessoal, recrutou oito PMs, entre eles alguns milicianos, para executar o então subcomandante e comandante do 2º CPA, coronel Erir Ribeiro, em razão da atividade dele de repressão às atividades ilícitas praticadas pela quadrilha liderada pelo ‘bicheiro’ Anísio Abraão”.
— Temos conhecimento desse suposto plano. Entretanto, a operação se restringiu à atuação do oficial como chefe da segurança. Mas essa informação será investigada — afirma o promotor Décio Alonso Gomes, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O documento também cita a informação de que Leal seria mandante do homicídio do sargento Antônio Carlos Macedo. Essa denúncia também foi encaminhada à Ouvidoria do MP. Segundo o texto, o oficial “é o mandante do homicídio e a motivação do crime seria uma briga pela chefia do grupo criminoso que realiza a segurança das máquinas de caça-níquel de propriedade de Rogério de Andrade.
Segundo o MP, Leal, conhecido como Pastor, era o chefe da segurança da quadrilha do contraventor Fernando Iggnácio. O tenente-coronel arregimentava e armava PMs para que eles escoltassem os responsáveis por recolher o dinheiro nos pontos onde ficavam as máquinas. Segundo a denúncia, quem devia à quadrilha sofria ameaças e era alvo de extorsões mediante sequestro.
— Quando alguém devia à quadrilha, os PMs iam armados até o local fazer as ameaças. Se a dívida persistisse, as ameaças progrediam para sequestros. Há relatos de pessoas amarradas levadas para dentro de carros por homens fortemente armados — afirma a promotora Angélica Glioche, que também participou das investigações que duraram um ano e terminaram com a expedição de 26 mandados de prisão.
Um vídeo gravado por agentes do MP dentro da local usado pela quadrilha como uma “agência bancária”, na Rua Fonseca, em Bangu mostra os leitores biométricos usados pelos criminosos. Quem chegava ao local tinha que fazer a leitura das digitais. O MP espera conseguir mais informações sobre a quadrilha a partir dos dados embutidos nesses aparelhos. No local, havia também guichês para a arrecadação de leitores.
Fonte: Jornal Extra
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