por : Kiko Nogueira
Aécio Neves entrou na Justiça contra perfis nas redes sociais que, em tese, o ridicularizam. Seus advogados querem identificar os usuários que estão criando as páginas. Uma das baixas foi o “Aécio Boladasso”, sátira a favor inspirada na Dilma Bolada, que é uma sátira a favor da presidente. “Aécio Boladão” e “Aécio Bolagato” continuavam na ativa.
A ação afirma que “todos os perfis e páginas foram criados recentemente, em datas muito próximas, e possuem conteúdo muito similar, o que denota a criação seriada de perfis ilícitos, os quais, inclusive, foram altamente difundidos nas mídias digitais”.
Nem Twitter nem Facebook teriam fornecido, por enquanto, informações sobre os criadores das contas. Segundo a assessoria do pessedebista, a iniciativa foi inspirada na das ministras Gleisi Hoffmann e Maria do Rosário. O senador é “pessoa pública e respeita os perfis de humor ou que trazem críticas a suas atividades ou posições políticas, mas vem sendo vítima de campanha de calúnia na internet por parte de pessoas que violam a legislação do País e as regras de funcionamento das redes sociais, com a utilização de técnicas proibidas e conteúdos considerados ilegais”.
Por que ele está partindo para cima dos perfis fake?
Porque é assim que ele opera. Em setembro, Aécio incorporou à minirreforma eleitoral a penalização de quem postar conteúdos agressivos ou ofensivos. Na sua proposta, o autor responderá criminalmente e a Justiça Eleitoral será acionada para retirá-la da Internet.
De acordo com um especialista em informações ouvido pelo DCM, é intimidação pura e simples. “A ideia é criar uma prática incriminadora da opinião do cidadão comum, considerado adversário”, diz. “Foi o que aconteceu, por exemplo, em Goiás, onde o governador Marconi Perillo processou jornalistas e blogueiros de oposição. Um deles foi condenado a pagar 200 mil reais por causa de uma frase que era, na verdade, de um agente da Polícia Federal”.
Ele prossegue: “Interpelam-se os gestores das redes sociais, alegando-se supostos ‘crimes de opinião’. Com a confirmação do IP dado pela empresa, começa o inferno da pessoa. Processos, ameaças… Ninguém está livre disso. Basta que um juiz considere a frase ou piada caluniosa”. Haveria, também, um esquema de espionagem ativo. “A espionagem acabou se tornando comum para achacar e intimidar”, disse o especialista.
Em Minas, o Novojornal teria sido submetido a escutas telefônicas. Segundo o diretor Marco Aurélio Carone, foi por causa da “linha editorial independente, não se sujeitando a determinações da censora oficial Andréa Neves”. (Andréa é irmã de Aécio, eminência parda, seu braço direito e esquerdo). O registro “.com.br” foi cassado em 2008, medida que só foi revogada quatro anos e meio depois. Andrea Neves, conta Carone, ligou para anunciantes, avisando que “eles estariam patrocinando um jornal contra o Governo de Minas”.
No caso das redes, vai ser difícil sua turma controlar um ambiente tão caótico e criativo. “Aécio Boladão” já transformou, por exemplo, em “Aécio Bolado”. “Chegay Tucanada, acharam que tinham me matado né?? Nãaaaaaaaaaaao, os petralhas não me acharam”, escreveu ele no Twitter. “Se dirigir não beba, se for beber me chama”. A zoeira, ela não tem limites.
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