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O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
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sábado, 7 de dezembro de 2013

Segundo Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada pelo Ministério da Justiça, média na capital é maior do que percentual regitrado no país, de 32,6%


UAI - Os moradores de Belo Horizonte estão mais expostos à violência que a média no país e no estado. É o que revelam dados da Pesquisa Nacional de Vitimização, divulgada ontem pelo Ministério da Justiça. Segundo o levantamento, 35,9% dos belo-horizontinos já foram vítimas de crime ao menos uma vez. O percentual está acima do registrado no país (32,6%) e em Minas (31,7%). Na lista estão 12 tipos de delitos. As agressões e a discriminação, com 14,3% e 10,7%, respectivamente, se destacam entre os crimes mais relatados na pesquisa, apesar de estarem entre as práticas menos noticiadas à polícia. Levando em conta os 12 meses anteriores ao levantamento, 24,2% dos entrevistados na capital mineira disseram ter sido vítima de violência – o percentual também está acima da média estadual, de 19,1%, e da brasileira, de 21%. Foram ouvidas 78 mil pessoas no país, 7,5 mil em Minas.

A pesquisa, inédita no país, ainda não foi oficialmente comparada com estudos internacionais, mas segundo o professor Robson Sávio Reis Souza, coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas, o levantamento mostra que os dados brasileiros são muito altos frente a outros países. Segundo ele, se comparado com vizinhos sul-americanos, como Argentina e Chile, o Brasil tem taxa de homicídio mais elevada, situação que se torna ainda pior quando comparada com países da Europa, por exemplo. “A percepção das pessoas sobre a violência não está deslocada da realidade das cidades brasileiras”, afirma. Belo Horizonte ficou na 13ª posição entre as capitais com maior percentual de vítimas de crimes. A campeã é Macapá (AP): 56,6% dos entrevistados disseram ter sido alvo de violência.


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Mesmo com tantos crimes, o estudo mostra que apenas 19,9% dos entrevistados no país recorrem à polícia para comunicar as ocorrências. Na faixa etária dos 16 aos 24 anos, a desistência é ainda maior: 79,3% disseram que não fazem boletim de ocorrência na delegacia. Entre os aspectos que explicam a subnotificação está a pouca confiança de que algo possa ter solução, como avalia a socióloga Ludmila Mendonça Lopes Ribeiro, pesquisadora do Centro de Estudos de Criminalidade e Segurança Pública (Crisp) da UFMG. “A polícia tem pouca credibilidade entre a população. Além disso, persiste o entendimento de que é difícil ou impossível provar o fato, que pode ter ocorrido sem testemunhas”, afirma.

Foi esse sentimento que levou o estudante universitário C. L., de 23 anos, a desistir de prestar queixa na polícia pelo crime de homofobia do qual foi vítima em março deste ano. O rapaz, que mora em Belo Horizonte, é natural de Conselheiro Lafaiete, na Região Central do estado, onde ocorreu o crime. “Eu esperava alguns amigos do lado de fora de uma boate, quando dois homens passaram de carro e me chamaram de bichinha. Então eles desceram, me empurraram para o chão, me deram socos nas costas e chutes na barriga”, conta o jovem. Segundo ele, sua homossexualidade é assumida para a família e amigos, mas como ele duvidava que a polícia pudesse encontrar e punir os agressores, preferiu não prestar queixa. “Além de eu não ter informações sobre a placa do carro, acredito que nossos policiais estão pouco preparados para lidar com esse tipo de crime, especialmente no interior”, diz.

Ocorrências
Os roubos e furtos de carros e motos, que aparecem com menos frequência que as agressões (xingamentos, insultos e discriminações) na pesquisa, estão entre os crimes mais comunicados à polícia. As pessoas que tiveram seus carros roubados, por exemplo, representam apenas 0,4% do total de vítimas de crimes. Mas 90% delas procuraram uma delegacia. Foi o caso do desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) Marcelo Pertence, que já teve dois veículos levados por bandidos. No último caso, em 31 de outubro, o assaltante arrombou a residência dele e roubou o carro e objetos pessoais. “Não vivo em clima de pânico, mas sinto que um crime, em Belo Horizonte, pode ocorrer a qualquer momento”.

O caso de Marcelo se encaixa no perfil da pessoas que foram vítimas de violência nos últimos 12 meses. Minas está em posição intermediária (19,1%) em relação a outros estados: é o 13º com o maior percentual. No Sudeste, o estado se destacam em comparação com o Espírito Santo (21%), São Paulo (20,1%) e Rio de Janeiro (20%). Os percentuais de vitimização são maiores nas regiões Norte (30,5) e Nordeste (22%). O Sudeste, com 19,9%, supera os estados do Sul (17%).

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