Deputados da Comissão de Segurança Pública avaliam equipamentos e condições de funcionamento da unidade.
Cerca de 80% dos problemas relacionados a equipamentos de trabalho no 22º Batalhão da Polícia Militar (BPM) de Belo Horizonte dizem respeito às condições de funcionamento das viaturas. A situação precária dos veículos foi exposta durante a visita que deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizaram ao local nesta terça-feira (6/10/15).
O responsável pela área de logística do batalhão, capitão Alexandre Barbosa Antunes, destaca que os carros são antigos (de 2011), rodam 24 horas por dia e com motoristas constantemente alternados. Lembrando que o batalhão é responsável por atender a quatro das cinco maiores comunidades da Capital - Morro das Pedras, Serra, Morro do Papagaio e Taquaril -, o militar alertou para os constantes problemas de manutenção dos veículos. Segundo ele, é comum ter várias dessas viaturas paradas para reparos, desfalcando o policiamento ostensivo.
“No momento, de 120 veículos disponíveis para servir às quatro companhias que compõem o 22º BPM, cerca de 30 carros se encontram parados aguardando reparos”, afirmou o militar.
De acordo com o comandante do batalhão, major Olímpio Garcia, é comum ter mais de 35% da frota parada aguardando reparos. Ele também apontou a idade dos veículos como um sério problema, destacando que a frota precisaria ser maior e mais nova. O major ainda chamou a atenção para outro problema, que ressaltou como fonte de desfalque de policiais em rondas nas ruas: a retirada de dois PMs, por turno de trabalho, para que façam escolta na Central de Flagrantes (Ceflan).
“Somos obrigados a tirar das ruas cinco policiais, que poderiam patrulhar locais importantes da região, como a Avenida Nossa Senhora do Carmo e parte da Amazonas, por exemplo, o que poderia zerar a criminalidade nesses dois corredores”, avaliou o comandante.
Deputados propõem novas visitas e audiência
Responsável pelo requerimento que originou a visita, o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PDT), aproveitou a oportunidade para ratificar a sua preocupação com cortes no orçamento destinado à área de segurança pública, sobretudo no que tange às verbas de custeio.
Ele também lamentou a repetição de queixas relacionas à inadequação ou falta de equipamentos para que policiais militares possam executar suas tarefas adequadamente, enfatizando que isso gera um sentimento de insegurança na população. O parlamentar ressaltou, ainda, que a comissão deve visitar outros batalhões de polícia na Capital, além do Centro de Operações Integradas da PM (Cicop), a fim de avaliar a realidade das unidades.
“Vamos fazer um levantamento das consequências dos cortes em recursos para custeio, que nos primeiros nove meses deste ano tiveram uma redução de mais R$ 150 milhões, se compararmos com o mesmo período de 2014, conforme dados do próprio Governo do Estado. Queremos verificar de perto como isso tem afetado o funcionamento da segurança pública no Estado, para alertar o governo sobre os problemas e riscos desse tipo de corte. Afinal, verbas destinadas a custeio garantem a manutenção de equipamentos essenciais”, afirmou o deputado Sargento Rodrigues.
Endossando as palavras do presidente da comissão, o deputado João Leite (PSDB) propôs ainda que uma audiência pública da comissão debata o assunto. Os dois parlamentares acordaram a realização da audiência, na qual pretendem ouvir os comandantes dos batalhões, assim como representantes das Associações dos Praças e dos Oficiais da PM. Com isso, eles esperam levantar dados sobre as melhores maneiras de gerir as unidades, o tipo de viatura mais adequado a cada batalhão, a forma de aquisição e de manutenção das viaturas, com vistas à proposição de emendas ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) e ao Orçamento do Estado.
“Com a audiência, poderemos obter subsídios para consolidar, no PPAG e no Orçamento do Estado, emendas da comissão e também das entidades representativas dos profissionais da área, que possam aperfeiçoar as peças no que tange à segurança pública”, declarou o deputado João Leite.
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