E justificou: “ continuidade é das políticas, não das pessoas”
Ao lado da presidente eleita, Dilma Rousseff, Lula disse ontem que ela vai montar o governo "com a cara dela" e desmentiu que tenha pedido a permanência de ministros na nova equipe. "A continuidade é da política, não das pessoas", afirmou o Presidente, acrescentando: "Rei morto, rei posto". Ele prometeu ainda dar uma lição de como ex-presidentes devem se comportar, afirmando que vai assistir a atuação de Dilma da arquibancada, uniformizado e "sem corneta".
Presidenta eleita, Dilma Rousseff e o presidente Lula concedem entrevista no Palácio do Planalto/Foto: Wilson Dias/ABr A entrevista foi dada no Palácio do Planalto após visita de Dilma que não estava agendada. Por causa dele, Lula desmarcou reunião da coordenação política. Para ele a eleição de Dilma representa a vitória "dos que perderam em 1968". Ele ainda demonstrou reservas em se candidatar à Presidência em 2014, afirmando que Dilma tem a preferência. Para ele, é muito "pequeno" discutir 2014 agora.
Dilma esteve no Palácio do Planalto e com o presidente concedeu uma entrevista coletiva. Lula afirmou que dará exemplo de como deve se comportar um ex-presidente. E prometeu que somente dará conselhos se for solicitado. Para ele Dilma vai "montar o time" e ele vai "ficar na arquibancada".
Carlos Fehlberg
Presidenta eleita, Dilma Rousseff e o presidente Lula concedem entrevista no Palácio do Planalto/Foto: Wilson Dias/ABr
Dilma esteve no Palácio do Planalto e com o presidente concedeu uma entrevista coletiva. Lula afirmou que dará exemplo de como deve se comportar um ex-presidente. E prometeu que somente dará conselhos se for solicitado. Para ele Dilma vai "montar o time" e ele vai "ficar na arquibancada".
E 2014?
Para Lula, é "temerário" considerar a hipótese de voltar a se candidatar em 2014 porque ele está terminando o mandato com um elevado índice de aprovação e isso iria gerar uma expectativa "muito grande". E negou que vá adotar medidas para facilitar o trabalho de Dilma no início do mandato. Para ele, o atual governo vai "fazer o que tem de fazer" para entregar a administração à presidente eleita de forma que ela tenha "tranqüilidade" para governar. E observou que ela terá de conversar com representantes de todos os partidos, sem distinção. Segundo ele, o Congresso "é a cara" da sociedade brasileira.Prioridades
Dilma também falou com a imprensa e disse que terá as áreas de saúde e educação como prioridade. E que o salário mínimo deve ter um aumento no ano que vem. "Salário mínimo deve estar acima de R$ 600 no fim de 2011".Sem CPMF
Ela confirmou que não pretende enviar ao Congresso um projeto ressuscitando a CPMF, mas ponderou que está aberta a discutir o assunto com os governadores. Segundo ela, há um movimento deles em favor da retomada desse imposto, que foi derrubado em 2007 pelo Congresso: “Tenho preocupação com criação de imposto. Preferia outro mecanismo. Mas vejo uma mobilização dos governadores", disse ela, ressaltando que a Saúde junto com a Educação estão na lista de prioridades de seu futuro governo. E revelou ainda que recebeu ligação "republicana" do governador eleito de São Paulo Geraldo Alckmin, o que a deixou contente.Iniciativa popular
Um Projeto de Lei do deputado federal, Dr. Rosinha, autoriza a coleta de adesões para projetos de lei de iniciativa popular. A proposta precisa ser assinada por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, e pelo menos em cinco estados. Em cada um, o projeto deverá ser assinado por não menos que 0,3% de seus eleitores. Pelo texto, as urnas poderão ser usadas depois que a proposta for assinada por 100 mil eleitores. As urnas, diz o texto, ficarão nas Assembléias Legislativas durante 10 dias. E o Congresso será responsável por divulgar a proposta nas emissoras de rádio e TV por dois dias, com 10 inserções diárias de um minuto cada. Pela Constituição, os projetos de iniciativa popular devem ser subscritos por pelo menos 1% do eleitorado nacional, também distribuídos por cinco estados, com percentual mínimo de 0,3% dos eleitores de cada um.Lula quer inaugurar
Lula convocou para hoje uma reunião ministerial. O seu objetivo é pedir empenho dos ministros nesta fase final, além de solicitar e pedir apoio à equipe de transição. Lula vai dedicar maior atenção aos ministérios com obras em andamento, como o Ministério dos Transportes e Minas e Energia.Ele pretende inaugurar obras até o fim de seu mandato.Reação
Líderes da oposição defendem uma aliança (ou fusão?), assumindo uma postura de maior confronto com o governo. E não deixam de comentar declaração de Lula sobre a existência de uma oposição raivosa, E reagem: "A oposição que o Lula teve é a que todo presidente pede a Deus. Foi uma oposição generosa, responsável e construtiva. Raramente atuou com veemência", disse o vice-líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias. E comparou com o período anterior, quando segundo ele Fernando Henrique Cardoso teve de enfrentar uma oposição muito pior: "O presidente Lula reclama, mas a única derrota dele no Senado foi a derrubada da CPMF. Fomos uma oposição sem volume e precisamos aprender com os próprios erros", analisou.Carlos Fehlberg
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