A assembléia geral unificada sua repercusão e impacto na tropa

Com a presença de milhares de policiais e bombeiros militares, a assembléia geral unificada ocorrida ontem, dia 13 de abril de 2011, no clube dos oficiais, poderia ter provocado um maior efeito, mas como sempre muitos preferiram o conforto de casa, dedicando-se a outros afazeres, do que comparecer para não só lutar pela valorização da classe, como também pela sua cidadania, única capaz de nos tornar respeitados perante o governo, o comando e entidades de classe.

Mas não podemos deixar de nos congratular com os que estiveram presentes, pois obtivemos uma mobilização forte, organizada e que demonstrou que a cidadania e a consciência política da classe está a cada dia se tornando mais visível e participativa, e a tendência natural do processo reivindicatório é de se agigantar e ganhar mais adesão, mesmo porque os que não estiveram presentes, certamente irão participar da próxima assembléia geral, aprovada  e marcada para o dia 11 de maio, pois será pela participação e engajamento de cada um, que exerceremos a pressão democrática decisiva para alcançar o objetivo de implantar o piso salarial de R$ 4.000,00 (quatro mil reais).

Deve ficar claro para cada um e para todos, que sem participação e disposição para lutar pelo reajuste salarial, ficaremos nos discursos bem elaborados de presidentes de entidades, políticos e outros oportunistas de plantão, pois como vimos no noticiário da imprensa mineira, que vive sob o domínio das verbas publicitárias governamentais desde o governo do atual Senador Aécio Neves, não repercutirá a importância e a dimensão do movimento que se iniciou oficialmente com a passeata até a assembléia legislativa, momento que foi entregue ao presidente da casa, deputado Diniz Pinheiro e ao líder do governo a pauta com o piso aprovado pela assembléia geral.

Chamo atenção dos blogs, em especial os de Minas Gerais, para que possam usar de todos os meios a sua disposição para divulgar a assembléia geral, pois somente podemos contar com esta ferramenta que pelo que observamos delimitou seu espaço e atuou intensivamente para mobilizar e informar os policiais e bombeiro militares sobre sua realização, e conscientizando-os sobre o direito de participar e do dever das associações em disponibilizar transporte gratuito para os que heróica e civicamente compareceram na assembléia.

De outro lado, com toda a disposição dos policiais e bombeiros militares, vimos uma assembléia geral em que o direito de expressar e opinar  foi cerceado aos participantes, o que nos causa certo temor, já que sua convocação tinha como principal objetivo traçar as estratégias de ações e aprovar o piso salarial divulgado antecipadamente, tendo a pauta se restringido a este único item, como estratégia para não perdemos o foco na negociação, afinal outros estados da federação, bem mais pobres, já estão com um piso médio remuneratório neste limite.

A participação dos policiais e bombeiros militares é fator essencial, para se evitar manipulação e distorção de informações  sobre as ações que serão desencadeadas pelos presidentes das entidades na negociação com o governo, que acredito não esperavam o multidão que se dirigiu a assembléia geral, sendo necessário que os princípios da publicidade e transparência dos atos das associações se revistam de respeito e credibilidade, agindo como impulsionador e combustível para a próxima assembléia geral, pois certamente este intervalo  será crucial para as estratégias do Governo.

Por último, quero lembrar aos que não compareceram a assembléia geral, que a democracia participativa e a luta somente é fortalecida e terá eco no governo, se houver esforço e sacrifício de cada um dos interessados em valorizar a profissão de policial e bombeiro militar, sem o que ficaremos a reboque de outros interesses e seremos eterna massa de manobra dos que acreditam que política é um negócio de gente sem ética e sem compromisso com a melhoria da segurança pública e da justa e digna valorização profissional, que se apoia indeclinávelmente no respeito a dignidade humana.

Vamos nos manter unidos, vigilantes e atentos às ações que agora estão sob a responsabilidade das associações, que para cumprir seu dever de informar deveriam lançar um informativo de papel e eletrônico para que todos possam acompanhar o processo de negociação com o governo e seus desdobramentos para que não sejamos mais uma vez submetidos a acordos firmados em reunião à porta fechadas, pois poderemos ter uma reação imprevisível da tropa que agora permanece em alerta máximo para apoiar as ações do movimento de reajuste salarial, que agora tornou bandeira de luta de todos, oficiais, praças, pessoal da reserva e reformados, pensionistas, familiares e sociedade.

Postado: administrador do blog