A base aliada na Câmara já tem pronta uma "agenda de retaliação" ao Palácio do Planalto, caso suas reivindicações de liberação de emendas orçamentárias e de nomeação para os cargos de segundo e terceiro escalões não sejam atendidas pela nova coordenação política.
Duas emendas estão no "kit represália" ao governo: a que estabelece piso salarial nacional para os policiais (a PEC 300) e a proposta que regulamenta os gastos com saúde pela União (a emenda 29).
A ideia dos aliados é votar a emenda da saúde antes do recesso. O sinal verde foi dado nesta semana pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), que prometeu pôr a proposta em pauta depois do fim da votação da medida provisória que permite a realização a toque de caixa das obras para a Copa de 2014 e para a Olimpíada de 2016. O governo é contra a proposta, sob alegação de que haverá aumento das despesas da União com a saúde sem contrapartida financeira.
"Está na hora de o governo começar a se preocupar com a emenda 29. Não dá para chegar na hora da votação e dizer que não pode votar", alertou o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN). "O apelo da emenda 29 na Câmara é mais forte do que o Código Florestal."
Há pouco menos de um mês, o governo sofreu sua primeira derrota na Câmara ao ver aprovada emenda do PMDB ao projeto que prevê anistia para quem desmatou mata nativa em áreas de Proteção Permanente até 2008. Na última hora, tentou negociar com a base a retirada do destaque, mas acabou derrotado.
A insatisfação da base pode se agravar caso a presidente Dilma Rousseff desista de nomear o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) para a liderança do governo no Congresso. Dilma estaria, agora, propensa a escolher o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), o que desagrada aos deputados peemedebistas.
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