Órgão gestor aprova "liberação" dos endereços a partir de janeiro de 2012
FOTO: ICANN/DIVULGAÇÃO
Decisão. Os conselheiros do Icann votaram, na última segunda-feira, a liberação dos endereços, assunto na pauta do órgão desde 2008
A largada foi dada na última segunda-feira, em Cingapura, quando o Icann, órgão gestor dos endereços na rede, aprovou a "liberação" dos gTLDs. Há 40 anos, apenas os 22 "Registries" do mundo criam os gTLDs. No Brasil, o responsável é o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (Registro.br).
Esse volume de negócios para os próximos três meses é uma estimativa por baixo, feita por fontes do mercado, considerando que as empresas gastem o mínimo para terem aprovado um domínio.
No entanto, a consultoria Melbourne Digital Brand Service é menos conservadora. Especializada em reforço e proteção de marcas, a empresa, sediada na Califórnia (EUA), aponta que o custo médio necessário para aprovar cada domínio será entre US$ 300 mil e US$ 1 milhão, a depender do tamanho da corporação.
As candidaturas só começam no dia 12 de janeiro de 2012, mas o tempo até lá é considerado curto pelas empresas porque o processo é complexo. "A candidata terá que comprovar capacitação técnica e operacional para gerenciar um domínio de primeiro nível", conta por telefone a O TEMPO, de Los Angeles, a diretora do Programa de Registro gTLD do Icann, Karla Valente.
Embora o mercado já imaginasse que o Icann fosse aprovar a mudança no encontro de Cingapura, não existiam certezas, pois o projeto está em pauta desde 2008. Agora, os custos básicos de elaboração e avaliação para a proposta terão que ser encaixados no orçamento deste ano.
Só a candidatura a um domínio custará US$ 185 mil, cujo pagamento não garante a aprovação. Além disso, cada gTLD liberado pelo Icann custará ao gestor US$ 25 mil ao ano. De acordo com Karla, essa taxa cobre despesas com manutenção.
Se a intenção do dono do domínio é abri-lo para abrigar outros endereços, como acontece hoje com a categoria .com (maior da web), haverá ainda taxas extras a partir de um determinado
volume. "Analisaremos caso a caso", antecipa a executiva.
Na fila. A conta alta e o tempo curto não parecem assustar as empresas interessadas em estar na abertura de mais esse capítulo da web. Desde o ano passado, as japonesas no setor de tecnologia Canon e Hitachi anunciaram que vão concorrer. Nesta semana, confirmaram suas intenções.
Porém, ninguém arrisca um número possível de candidatos. "Já ouvimos falar de cem a 2.000 empresas, ou seja, não temos noção do que virá", conta Karla.
A Melbourne revela que já foi consultada por cerca de 150 empresas, todas de grande porte.
"Elas faturam, em média, US$ 36,7 bilhões ao ano", afirma o CEO e diretor geral da consultoria, Theo Hnarakis.
Os dados confirmam as impressões iniciais do mercado de que os domínios de primeiro nível serão, além de mais uma forma de reforço de marca na web, o caminho para novos negócios online. Durante o encontro em Cingapura, o comentário geral era que os setores de notícias, entretenimento e serviços financeiros já têm projetos prontos nas gavetas.
"Temos ouvido falar que operadoras das Bolsas de Valores e bancos podem se juntar sob um só domínio. Esperam, com isso, reduzir intermediários nas operações financeiras online", conta Karla Valente.
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