Acorda, Policial e Bombeiro Militar!


O verdadeiro desafio não é inserir uma idéia nova na mente militar, mas sim expelir a idéia antiga" (Lidell Hart)
Um verdadeiro amigo desabafa-se livremente, aconselha com justiça, ajuda prontamente, aventura-se com ousadia, aceita tudo com paciência, defende com coragem e continua amigo para sempre. William Penn.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Reflexão de um leitor sobre a Campanha Salarial 2011 - PM MG


Caros companheiros(as), após ter transcorrido quase quatro semanas daquele fatídico dia 08 de junho de 2011,  curvo-me sobre minha escrivaninha com a intenção de recolocar minhas idéias em ordem, tendo em vista o duro golpe que nos levou ao solo, desferido por aqueles que se apresentavam como lideranças do movimento dos policiais militares e bombeiros militares em prol da melhoria dos seus  salários. 
Trata-se de uma data histórica que infelizmente será lembrada pelo ato de covardia de uma trupe, que cooptada pelos interesses do governador capitulou aquele que seria considerado um dos movimentos mais coeso e legítimo da história de lutas da nossa categoria. Retomando a minha consciência, relembro da grande mobilização dos companheiros(as) oriundos das mais longínquas regiões do Estado, fato este que marcou sobremaneira as características do movimento, se comparado aos antecessores.  
Motivados pela possibilidade de mudança da realidade salarial, haja vista as condições periclitantes em que se encontrava e ainda se encontra, nossos companheiros(as) do interior e da capital se engajaram efetivamente nas marchas, certos de que aquela via era a mais coerente. Contudo, não esperavam que o movimento estivesse sendo dirigido por pessoas cooptadas, a serviço do “patrão”, condição esta que veio confirmar-se naquele dia sinistro. 
Com uma postura burocrática e arrogante, a comissão de “lideres” conduziu a “reunião”, que a princípio seria uma assembléia, a uma situação insustentável. Na tentativa de convencer a platéia de que o melhor para a categoria era aceitar as condições do governo, os argumentos apresentados por cada um deles reforçavam a condição de sujeitos agentes defensores dos interesses opostos, autênticos porta-vozes do gabinete do Estado. Com um tom arrogante, nossos “lideres” apontavam para o movimento, apenas, duas alternativas; ou aceitava as condições impostas pelo governo ou partiria para a radicalização. 
Tal conduta, propositadamente, visava dissuadir os ânimos da platéia, como se aquelas fossem as únicas saídas. Os senhores que se postavam no pedestal daquela reunião não permitiram a exposição de outras propostas, desconsiderando os esforços gigantescos daqueles que ali se encontravam e, muito menos, as condições insalubres e estressantes que o deslocamento até capital havia provocado àquela gente do interior que se fazia em grande número. 
NÃO SE PERMITIU UM AMBIENTE DEMOCRÁTICO. Já era “martelo batido”. De fato, eles haviam conseguido, com maestria, desarticular um movimento legítimo e, como já fora dito, singular pela sua característica. Atordoados por aquele golpe furtivo, sem direito a voz, tivemos que nos retirar e retornar para as nossas casas, cabisbaixos, frustrados e, sobretudo, envergonhados. 
Nos dias subseqüentes, as perguntas que nos eram dirigidas, feitas pelos nossos companheiros(as) de serviço, nossos parentes e amigos, a respeito do resultado da nossa investida, tiveram como respostas algo que em nada satisfazia suas expectativas. 
Embora parecesse encontrarmo-nos numa situação desfavorável optamos por assimilar o golpe e recompormo-nos novamente para a luta. Deste modo, após ter transcorrido esse período, a análise que fazemos sobre o movimento nos permite formular as seguintes conclusões: 
a) que a realidade salarial dos policiais militares e bombeiros militares mineiros, principalmente as praças, não terá mudança significativa, em se tratando de melhorias, por meio da proposta do governo; b) que a comissão constituída por aqueles que se apresentavam como líderes do movimento, em virtude da sua postura promíscua com o governo, não deve ser reconhecida como legítima pela categoria em luta, fazendo-se necessária a constituição de uma nova comissão, composta por lideranças do interior e da capital, eleitas democraticamente; 
c) que as demais categorias de trabalhadores – policiais civis, agentes penitenciários, professores, etc.- atualmente mobilizados em torno da valorização do seu trabalho no Estado de Minas Gerais, assim como, nos demais estados da federação tenha, em nossa categoria, total apoio e solidariedade; e 
d) que a nossa categoria continue permanentemente mobilizada no sentido de ampliar a nossa consciência crítica, o espaço democrático e a valorização do nosso trabalho.  Companheiros(as), sinto-me no dever de  ressaltar algo que é comprovado tanto empiricamente como cientificamente, de que a história da humanidade é construída através da luta de classes; vence aquela que melhor se organiza. 

Colaborador anônimo, via email

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