Policiamento em troca de cafezinho na padaria -
Ver uma viatura parada na porta de uma padaria é cena comum nas ruas de Belo Horizonte. Isso porque a cultura do cafezinho e do pão de queijo de graça para os policiais militares já está enraizada entre os comerciantes da capital, que buscam em troca a garantia de policiamento e segurança.
A reportagem do Super Notícia percorreu ontem 11 padarias da capital e ouviu comerciantes que confirmaram que o lanche de graça para os policiais é comum e aceito sem a menor cerimônia. Eles reconhecem que a presença da viatura inibe a ação dos criminosos, mesmo que momentaneamente, mas negaram que ofereçam as refeições esperando algo em troca.
"Não vou cobrar um lanche deles, né? Sempre foi assim. Mesmo porque assalto aqui é direto, não significa que estou mais seguro", contou o comerciante Geraldo Silva, dono de uma padaria no bairro União, região Nordeste. Todos os comerciantes ouvidos foram vítimas de assaltos recentes - um deles foi roubado 37 vezes em seis anos.Em um dos estabelecimentos onde policiais foram flagrados lanchando sem pagar, a cortesia renderia uma nota fiscal de R$ 15. A padaria fica no bairro Tirol, na região do Barreiro. O dono, Osvaldo Heleno, disse que é apenas uma "gentileza para os amigos". "Eles vêm aqui sempre, a gente os conhece. E não garante segurança porque sábado passado a gente foi assaltado".
A assessoria de imprensa da Polícia Militar foi insistentemente procurada ontem, mas ninguém foi encontrado para falar sobre a prática. Nenhum policial respondeu se aceitar o cafezinho oferecido pelos comerciantes é uma prática legal ou prevista de alguma maneira no código de conduta da polícia. Denúncia
O Comando de Policiamento da Capital, durante uma entrevista em uma rádio nesta semana, orientou os cidadãos a denunciar à Corregedoria da PM qualquer tipo de abuso de militares aos comerciantes da cidade.
- Sgt Wellington - Colaborador
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