Folha de S.Paulo
A escolha de um novo ministro para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) deflagrou uma guerra de lobbies de partidários dos integrantes da lista tríplice levada à presidente Dilma Rousseff.
O mais aberto parte do presidente do tribunal, ministro Ari Pargendler, que é cunhado de uma das candidatas, a desembargadora Suzana Camargo, que é do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, com sede em São Paulo.
Suzana foi a terceira colocada na lista tríplice enviada a Dilma, atrás dos desembargadores Néfi Cordeiro, do TRF da 4ª Região, com sede em Porto Alegre, e Assusete Magalhães, do TRF da 1ª Região, com sede em Brasília.
Pargendler, que é casado com a irmã de Suzana Camargo, tem acompanhado a desembargadora por gabinetes de deputados e senadores, em busca de apoio político à nomeação.
Apesar de a escolha caber a Dilma Rousseff, a presidente costuma ouvir interlocutores antes de tomar a decisão.
Em 19 de outubro, Suzana Camargo e Pargendler foram juntos a uma reunião com a bancada de Mato Grosso do Sul, onde ela começou sua carreira de juíza federal. Posaram inclusive para foto, postada no site do deputado Geraldo Resende (PMDB).
Depois do encontro, os congressistas do Estado mandaram cartas aos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil), manifestando apoio a Suzana Camargo.
A atuação de Pargendler incomoda membros da Corte. Dois ministros disseram à reportagem, reservadamente, que se sentem constrangidos. A desembargadora conta também com apoio do ex-governador Zeca do PT (MS) e do ex-ministro José Dirceu.
Resposta
A reportagem procurou Pargendler desde sexta, e Suzana, ontem, para se manifestarem sobre evidências de lobby do ministro em favor de sua cunhada. Eles não se pronunciaram. As perguntas foram encaminhadas por e-mail.
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