De 14.446 jovens atendidos há dois anos, projeto hoje tem 12.518 inscritos
FOTO: CHARLES SILVA DUARTE
Em atividade. Na barragem Santa Lúcia, jovens aprendem a estampar camisetas com o Fica Vivo
Mais um corte de investimentos por parte do governo do Estado teve impacto negativo em 2011 nas ações de prevenção à criminalidade em Minas e, consequentemente, no aumento da violência no período. O prejuízo, dessa vez, admitido pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), foi de R$ 2,1 milhões no principal programa do Estado de redução de homicídios, o Fica Vivo, que oferece oficinas a jovens em aglomerados com alto índice de mortes.
O orçamento do programa em 2011 foi de R$ 11,5 milhões contra R$ 13,6 milhões em 2010, uma queda de 15%. Para 2012, o governo informou que pretende elevar o investimento para R$ 15,5 milhões. O aumento de verba prometido para este ano, no entanto, ainda não teve impacto no número de atendimentos do programa. Em janeiro último, 12.518 jovens foram recebidos em projetos do Fica Vivo. O número é 13% menor que os acolhimentos de 2010, quando o programa encerrou o ano com 14.446 participantes, o melhor desempenho desde a criação.
O índice de atendimentos, neste ano, já se apresenta também inferior à meta traçada pelo Instituto Elo - parceiro da Seds -, que é de 14 mil jovens em atendimento nos primeiros três meses.
Prejuízos. Com o corte de 15% no projeto em 2011, um dos principais impactos foi o enfraquecimento do público. Nos 27 núcleos de atendimento espalhados pelo Estado, houve participação de 13.593 jovens, 6% a menos do que no ano anterior.
A Seds se defende e atribui a queda de adesão à inserção dos jovens no mercado de trabalho ou ao atendimento por outra política pública. No entanto, os motivos não se justificam, na opinião do sociólogo e ex-subsecretário de Defesa Social Luís Flávio Sapori, que acompanhou a implementação do programa em 2003. "O número de participantes deve sempre aumentar e, não, diminuir. A queda mostra que algo está errado na gestão".
O próprio Instituto Elo, contratado pelo Estado, admite falhas no Fica Vivo em seus relatórios trimestrais sobre o programa. Uma delas é a não ampliação das equipes técnicas e de núcleos de atendimento. "Alguns CPCs (Centros de Prevenção à Criminalidade) onde o programa atua apresentam oscilações negativas discrepantes", declarou o instituto no relatório referente a outubro, novembro e dezembro de 2011. Entre as deficiências, estão o cancelamento de oficinas e de eventos temáticos.
O outro lado
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apresentou, em nota, as justificativas para os cortes no Fica Vivo. Confira:
Ajustes. Em função da conjuntura econômica, foi necessário realizar alguns ajustes de orçamento.
Oficinas. Nenhum Centro de Prevenção à Criminalidade foi fechado e não houve desligamento de oficinas por razões financeiras. Atendimentos oferecidos aos jovens em situação de vulnerabilidade social foram mantidos.
Retomada. A exposição de grafites e as olimpíadas, adiadas em 2011, serão retomadas em 2012.
Crescimento. Serão criados mais três centros de prevenção. A meta é atender 15,6 mil jovens até o fim deste ano.
O orçamento do programa em 2011 foi de R$ 11,5 milhões contra R$ 13,6 milhões em 2010, uma queda de 15%. Para 2012, o governo informou que pretende elevar o investimento para R$ 15,5 milhões. O aumento de verba prometido para este ano, no entanto, ainda não teve impacto no número de atendimentos do programa. Em janeiro último, 12.518 jovens foram recebidos em projetos do Fica Vivo. O número é 13% menor que os acolhimentos de 2010, quando o programa encerrou o ano com 14.446 participantes, o melhor desempenho desde a criação.
O índice de atendimentos, neste ano, já se apresenta também inferior à meta traçada pelo Instituto Elo - parceiro da Seds -, que é de 14 mil jovens em atendimento nos primeiros três meses.
Prejuízos. Com o corte de 15% no projeto em 2011, um dos principais impactos foi o enfraquecimento do público. Nos 27 núcleos de atendimento espalhados pelo Estado, houve participação de 13.593 jovens, 6% a menos do que no ano anterior.
A Seds se defende e atribui a queda de adesão à inserção dos jovens no mercado de trabalho ou ao atendimento por outra política pública. No entanto, os motivos não se justificam, na opinião do sociólogo e ex-subsecretário de Defesa Social Luís Flávio Sapori, que acompanhou a implementação do programa em 2003. "O número de participantes deve sempre aumentar e, não, diminuir. A queda mostra que algo está errado na gestão".
O próprio Instituto Elo, contratado pelo Estado, admite falhas no Fica Vivo em seus relatórios trimestrais sobre o programa. Uma delas é a não ampliação das equipes técnicas e de núcleos de atendimento. "Alguns CPCs (Centros de Prevenção à Criminalidade) onde o programa atua apresentam oscilações negativas discrepantes", declarou o instituto no relatório referente a outubro, novembro e dezembro de 2011. Entre as deficiências, estão o cancelamento de oficinas e de eventos temáticos.
O outro lado
A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apresentou, em nota, as justificativas para os cortes no Fica Vivo. Confira:
Ajustes. Em função da conjuntura econômica, foi necessário realizar alguns ajustes de orçamento.
Oficinas. Nenhum Centro de Prevenção à Criminalidade foi fechado e não houve desligamento de oficinas por razões financeiras. Atendimentos oferecidos aos jovens em situação de vulnerabilidade social foram mantidos.
Retomada. A exposição de grafites e as olimpíadas, adiadas em 2011, serão retomadas em 2012.
Crescimento. Serão criados mais três centros de prevenção. A meta é atender 15,6 mil jovens até o fim deste ano.
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Estagnado
Moradores querem mais oficinas
Nos aglomerados, o que se observa é a esperança da população em ver o Fica Vivo não só funcionando, mas também mais ativo e com novos estímulos aos jovens. "O programa é muito bom, mas continua do jeito que começou. Ele precisa de incrementos para atrair mais participantes", disse o músico Cristiano da Silva, 38, o Cris do Morro, que mora no aglomerado Santa Lúcia, na região Centro-Sul.
Ele sugere, por exemplo, a criação de mais oficinas profissionalizantes, como a cursada por Matheus Rodrigues Mendes Ferreira, 13. Na noite de ontem, ele integrou a turma de silk screen, técnica de estampa de camisetas. "Se eu não estivesse aqui, estaria na rua, o que é melhor evitar", disse. (LC).
Fonte: O tempo.
Ele sugere, por exemplo, a criação de mais oficinas profissionalizantes, como a cursada por Matheus Rodrigues Mendes Ferreira, 13. Na noite de ontem, ele integrou a turma de silk screen, técnica de estampa de camisetas. "Se eu não estivesse aqui, estaria na rua, o que é melhor evitar", disse. (LC).
Fonte: O tempo.
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