Após oito meses, integrantes da CPI do Cachoeira aprovaram nesta terça-feira (18) um relatório de apenas duas páginas do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) que não prevê o indiciamento de suspeitos de participarem do suposto esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal. A CPI foi criada em abril deste ano para investigar as informações obtidas pela PF, por meio das operações Vegas e Monte Carlo sobre jogos de azar, que indicam o envolvimento de agentes públicos e privados com o empresário Carlinhos Cachoeira.
O relatório de Pitiman recebeu o apoio de 21 parlamentares contra 7. O texto do peemedebista, na prática, prevê apenas que as informações levantadas pela CPI sejam compartilhadas com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal. O envio do material levantado pela comissão aos órgãos de investigação já tinha sido aprovado no início da sessão após sugestão do relator, Odair Cunha (PT-MG). O relatório proposto por Cunha foi rejeitado antes da análise do texto proposto por Pitiman por 18 votos contra e 16 a favor.
Antes da leitura do novo relatório do peemedebista, alguns integrantes da CPI ironizaram o documento de apenas duas páginas. "Duvido que ele tenha coragem de ler um relatório desses. É uma piada", disse o deputado Silvio Costa (PTB-PE). "Esse voto em separado padece de total eficácia e razão da sua existência. Já foi aprovado o compartilhamento", disse o senador Pedro Taques (PDT-MT). "Em plena festa natalina esse relatório é uma presepada", afirmou o líder do PPS, Rubens Bueno (PR).
Pitiman defendeu seu relatório. "Terei a consciência tranquila que não absolvi culpados e em condições ainda piores, não condenei inocentes, pois os documentos aqui colhidos e os indícios que apareceram têm muito ainda a ser checados e terão desdobramentos, onde com isenção, poderão dar ao Brasil as respostas que todos queremos", disse Luiz Pitiman. O relatório também previa um acompanhamento das investigações por dois senadores e três deputados após o término da CPMI. A sugestão, no entanto, foi excluída.(Folha Poder)
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