Presidentes de associações grevistas foram demitidos. Werisleik afirma
que PM não investiga existência de milícia e nega interferência de Ciro
No momento em que começam a “rolar cabeças” de militares ligados ao
movimento grevista de janeiro do ano passado, o comandante geral da PM
do Ceará, coronel Werisleik Matias, nega que haja perseguição política
na corporação. “Não vamos inventar nada contra ninguém nem perseguir,
mas não diminuiremos em nada os desvios que existirem”. Nos últimos
dias, presidentes de duas associações militares foram demitidos da
Polícia e dos Bombeiros.
Segundo o Diário Oficial do Estado desta quarta-feira, 22, Pedro Queiroz
e Flávio Sabino, presidentes da Associação dos Profissionais de
Segurança Pública (Aprospec) e da Associação de Cabos e Soldados
(ACSMCE), respectivamente, foram demitidos por participar de assembleia
realizada em janeiro de 2013.
Junto com o vereador Capitão Wagner Sousa (PR), os dois foram os
principais líderes da última greve das corporações. Além deles, outros
sete militares foram expulsos.
“A Controladoria Geral de Disciplina deixou mais que materializado que
ocorreram desvios de conduta no caso”, diz Werisleik. Segundo o
processo, a assembleia da categoria realizada no aniversário da
paralisação, em 3 de janeiro deste ano buscava iniciar novo movimento
grevista. Já os militares demitidos se dizem vítimas de perseguição e
afirmam que a reunião era só balanço das reivindicações das entidades.
Werisleik Matias afirma ainda que não existe investigação na PM sobre as
denúncias feitas por Ciro Gomes (PSB) - que acusa Capitão Wagner que
comandar milícia na Polícia. “É a própria Secretaria de Segurança
Pública que trata disso”. Ele acrescentou que “jamais” se reuniu com o
irmão de Cid Gomes (PSB). O governador já informou que pediu “ajuda” a
Ciro na área de segurança.
As declarações de Werisleik foram feitas após evento na Assembleia
Legislativa em comemoração dos 178 anos da PM do Ceará. Em seu discurso,
ele destacou a necessidade de manter a hierarquia e disciplina na
corporação e citou até a Bíblia: “Quem poupa vara a seu filho, não o
quer bem”.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Francisco Bezerra, não
compareceu. Seu representante na solenidade, coronel Francisco
Vasconcelos, preferiu não falar sobre a polêmica. “Meu trabalho é apenas
na área de projetos”.
Movimento grevista
Mesmo admitindo de tensão na corporação, Werisleik Matias rejeita a
possibilidade de greve. “Não há clima de greve. O clima é de lutar pela
paz, trabalhar dobrado pelas pessoas”.
Sobre a suposta participação de Capitão Wagner em protesto das esposas
de PMs, o comandante foi enfático: “Não podemos aceitar que a Polícia
seja usada para intranquilizar a população, quando o dever dela é o
oposto”. O ato impedia a saída de PMs encarregados da segurança de jogo
no Castelão.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Na manhã de hoje, o vereador Capitão Wagner dará entrevista apresentando
sua versão sobre as acusações de Ciro Gomes. Na ocasião, ele também
deve comentar as demissões de líderes do movimento grevista.
Saiba mais
A polêmica envolvendo Ciro Gomes e Capitão Wagner teve muita repercussão na sessão de ontem da Assembleia Legislativa.
Osmar Baquit (PSD) disse que se reuniu com o promotor Ricardo Rocha para
apresentar vídeo em que Capitão Wagner aparece dando suporte a
manifesto de esposas dos PMs. Ele diz que pediu investigação do caso.
O clima esquentou durante fala de Patrícia Saboya (PDT). Ex-mulher de
Ciro Gomes, a deputada chamou Wagner de “marginal” e denunciou blog
supostamente mantido pelo PT e PR que estaria espalhando calúnias sobre a
vida dela e do ex-ministro.
O Povo Online
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