Convidados da Comissão de Segurança Pública avaliam procedimentos e discutem aperfeiçoamento da ação governamental.
Deputados da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) assistiram, nesta terça-feira (2/7/13), a vídeos produzidos pela Polícia Militar e emissoras de TV com as cenas de vandalismo na região da Pampulha, em Belo Horizonte, ocorridas no dia 26 de junho, data do jogo entre Brasil e Uruguai pela Copa das Confederações. Durante a reunião, solicitada pelo deputado Sargento Rodrigues (PDT), parlamentares e autoridades da segurança pública e do Poder Judiciário discutiram os procedimentos adotados pela polícia para conter a ação dos vândalos.
Rodrigues avaliou as manifestações como uma novidade para todos, pois em meio a 40 mil jovens protestando em paz havia entre 500 e 600 pessoas com a intenção de provocar tumultos. Esses vândalos, segundo ele, se colocaram estrategicamente entre a polícia e os manifestantes pacíficos, impedindo ações mais enérgicas da polícia sem causar mortes e ferimentos em pessoas inocentes.
Mesmo assim, o deputado elogiou a postura da PMMG no episódio, que, segundo ele, apesar dos prejuízos materiais, priorizou a vida das pessoas. Essa foi a orientação dada pelo comando, confirmou o assessor de imprensa da PM, major Gilmar Luciano.
Segundo o superintendente-geral de Investigação da Polícia Civil, Jeferson Botelho Pereira, 141 pessoas foram conduzidas à delegacia nos 17, 22 e 26 de junho, datas dos jogos no Mineirão. Dessas, 45 foram presas em flagrante. A juíza da Vara da Infância e Juventude de Belo Horizonte, Valéria Rodrigues, informou ainda que cinco ou seis menores foram apreendidos. Ela se disse muito preocupada com as possíveis manifestações em 2014, uma vez que, como será um ano de eleições, os ânimos podem estar mais acirrados.
Os excessos cometidos tanto pelos manifestantes quanto pela polícia precisam ser apurados com o mesmo rigor, disse o defensor público dos Direitos Humanos Lucas de Simões. Ele citou a possível participação de um grupo organizado intitulado “Black Block”, criado na Europa e que tem como premissa a desobediência civil. O deputado Rogério Correia (PT) pediu também que seja apurada a presença de bandidos infiltrados, pessoas pagas para promover quebradeiras e até mesmo dos chamados P2, policiais secretos da Polícia Militar.
Simões e Rogério Correia mencionaram, no entanto, o acirramento dos ânimos supostamente provocado pelo próprio governo. O defensor público lembrou o descontentamento de milhares de pessoas com o fim da feira de artesanato do Mineirinho, que suprimiu 700 empregos diretos e cerca de 4.000 indiretos, sem que fosse apresentada a elas qualquer alternativa de trabalho. O deputado citou a tentativa de proibição de manifestações públicas no Estado, solicitada pelo governador Antonio Anastasia, cuja liminar foi obtida no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, porém logo em seguida derrubada pelo Supremo Tribunal Federal.
Para o deputado Célio Moreira (PSDB), apesar de todo o vandalismo, as manifestações foram fundamentais para trazer mudanças para o País em todos os setores. O juiz Elexander Camargos Diniz ponderou que os episódios de junho “nos fazem pensar o quanto temos errado e o quanto precisamos aperfeiçoar nossos procedimentos”. O deputado Durval Ângelo (PT) denunciou que policiais militares retiraram suas tarjetas de identificação para agredir manifestantes que ocuparam a Câmara Municipal de Belo Horizonte.
Requerimentos – Um pedido para que a Polícia Civil e o Ministério Público se empenhem no sentido de investigar e prender as pessoas que praticaram vandalismo durante a manifestação de 26 de junho, feito pelo deputado Sargento Rodrigues, foi aprovado na comissão.
Passaram também requerimentos para que a Prefeitura de Belo Horizonte e a Secretaria de Estado Extraordinária da Copa do Mundo providenciem a instalação de grades para evitar quedas no viaduto José Alencar, na Pampulha, de onde caíram várias pessoas na última manifestação. Foram aprovados ainda pedidos de audiências públicas no interior para discutir questões ligadas à segurança pública.
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