O policial militar acusado de ação arbitrária e de agressão contra duas mulheres foi indiciado por lesão corporal e erro na abordagem policial. A confusão ocorreu em 17 de março deste ano na Estação José Cândido, no bairro Santa Inês, na região Leste de Belo Horizonte.
O caso ganhou grande repercussão na internet, por meio de um vídeo divulgado pelo Facebook, que mostrava abordagem. O que mais chamava a atenção para o fato era o grande número de viaturas, cerca de dez e nove motocicletas, empenhadas para atender uma ocorrência de trânsito. Além disso, quase 30 policiais atuaram na ação.
Segundo a corregedoria, a conduta do cabo do Batalhão de Polícia de Trânsito, Divino do Nascimento Júnior, foi concluído na quinta-feira (1°). Segundo o órgão da PM, o corte na testa da empresária Mardelle Souza Cruz Salomão, de 55 anos, além de lesões no braço, foram resultado da ação “desproporcional às corretas técnicas de abordagem policial, apesar da resistência oferecida”.
Já os ferimentos provocados na filha de Mardelle, a universitária Caroline Salomão, de 22 anos, mostraram-se “proporcionais e compatíveis com as técnicas de abordagem e algemamento, diante da resistência” da jovem. O resultado do trabalho da corregedoria mostra até que o militar usou um rádio para agredir as vítimas, após ter recebido tapas.
Diversas imagens foram usadas na investigação, inclusive de testemunhas e de emissoras de TV. No entanto, o laudo aponta que, apesar de solicitado, a corregedoria não teve acesso às imagens do circuito interno da Estação José Cândido.
O cabo Divino foi indiciado pelos crimes de lesão corporal levíssima contra Mardelle e lesão corporal leve contra Caroline. A corregedoria confirmou que a conduta do militar “não constituiu ação policial legítima”.
Vídeo
No vídeo publicado na internet, Caroline Salomão, de 22 anos, aparece sendo algemada por um militar após trafegar em uma via onde não seria permitida a circulação de veículos. A jovem disse, na época, que levava à irmã até a estação, acompanhada da mãe, e, por falta de sinalização, teria entrado com o veículo dentro do terminal, onde é proibido o acesso.
Carolina afirma que, naquele momento, foi abordada pelo militar que pediu o documentação da motorista e do carro. Entretanto, o documento do veículo tinha sido roubado em janeiro desse ano e o militar recolheu as chaves do veículo da ignição.
Uma discussão começou e a jovem relata ter sido agredida pelo militar, sendo algemada em seguida. A mãe da motorista teria tentado proteger a filha e acabou sendo agredida no rosto, por um objeto semelhante a um rádio, que lhe rendeu um corte na testa.
Na ocasião, a Polícia Militar informou que o cabo alegou ter sido agredido e, por isso, pediu reforço policial. Quanto à denúncia de agressão, ele teria relatado aos superiores que, na verdade, durante o atrito, o rádio-comunicador dele atingiu a empresária, que acabou ferida.
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